Advocacia-Geral da União quer apuração de movimentações financeiras antes do tarifaço

André Richter
Foto: Valter Campanato
Agência Brasil de Comunicação
www.agenciabrasil.ebc.gov.br
Brasília/DF - A AGU (Advocacia-Geral da União) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), a abertura de investigação sobre o suposto uso de informações privilegiadas visando o lucro a partir do tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil.

Segundo a AGU, o objetivo da ação é investigar o eventual vínculo do tarifaço com movimentações atípicas no mercado cambial brasileiro antes e depois de Trump anunciar a taxação de 50% das exportações brasileiras para os Estados Unidos, a partir de 1° de agosto.

“À luz dos fatos noticiados, podemos inferir que eles se inserem em contexto no qual os fatos já em apuração neste inquérito estão além dos ilícitos penais já indicados pela Procuradoria-Geral da República, relacionados à obstrução da Justiça, mas também com possíveis ganhos financeiros ilícitos, mediante os mesmos fatos que buscaram impor embaraço à aplicação da lei penal”, sustenta a AGU.

O pedido foi protocolado na noite deste sábado (19/07) no inquérito no qual o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/SP) é investigado pela sua atuação junto ao governo norte-americano para promover medidas de retaliação contra o Governo Brasileiro e ministros do Supremo e tentar barrar o andamento da ação penal sobre a trama golpista.

Em março deste ano, Eduardo, que é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, pediu licença do mandato parlamentar e foi morar nos Estados Unidos, sob a alegação de perseguição política. A licença termina neste domingo (20/07).

Na sexta-feira (18/07), no mesmo inquérito, Bolsonaro foi alvo de uma operação da PF (Polícia Federal) e foi obrigado a colocar tornozeleira eletrônica e proibido de sair de casa entre 19 horas e 6 horas.

LEIA TAMBÉM - Ex-presidente Bolsonaro nega plano de golpe e pede desculpa aos Ministros do Supremo Tribunal Federal

As medidas foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes após a PGR alegar risco de fuga do ex-presidente, que é réu na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022 e deve ser julgado pelo Supremo em setembro.

Siga o perfil do Blog do Teófilo no Facebook

Comentários