Apenas um réu comparece ao primeiro dia de julgamento da trama golpista

Felipe Pontes
Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom
Agência Brasil de Comunicação
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Brasília/DF - O ex-ministro da Defesa Paulo Sergio Nogueira foi o único dois oito réus a comparecer para acompanhar presencialmente o primeiro dia de julgamento da tentativa de Golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.

A sessão ocorre na sala de audiências da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal).

"A gente acredita na Justiça e nas provas apresentadas nas nossas alegações finais”, disse Nogueira ao chegar para o julgamento.

O próprio Bolsonaro, réu denunciado como líder da trama golpista, decidiu não comparecer ao julgamento.
Segundo o advogado de defesa do ex-presidente, Celso Vilardi, Bolsonaro chegou a cogitar ir presencialmente, mas acabou desistindo da ideia devido a problemas de saúde. “Ele não está bem”, afirmou o defensor.

Os outros réus estão representados por seus advogados. Em nome da acusação, está presente o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, que assina a denúncia.

Os réus do chamado núcleo crucial da trama golpista, composto pelos que seriam os principais autores intelectuais do golpe, são: * Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
* Alexandre Ramagem - ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
* Almir Garnier- ex-comandante da Marinha;
* Anderson Torres - ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
* Augusto Heleno - ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
* Paulo Sérgio Nogueira - ex-ministro da Defesa;
* Walter Braga Netto - ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro na chapa de 2022;
* Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Todos foram acusados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) dos seguintes crimes:
* liderar ou integrar organização criminosa armada;
* atentar violentamente contra o Estado Democrático de Direito;
* Golpe de Estado;
* dano qualificado por violência e grave ameaça e
* deterioração de patrimônio tombado.

A exceção é o caso do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem que, atualmente, é deputado federal, foi beneficiado com a suspensão de parte das acusações e responde somente aos três primeiros crimes citados acima. A regra está prevista na Constituição.

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Em caso de condenação, as penas podem somar mais de 30 anos de prisão, a depender do papel desempenhado pelo condenado no complô golpista.

O julgamento de Bolsonaro e mais sete ex-auxilares por tentativa de Golpe de Estado e mais quatro crimes começou nesta terça-feira (02/09), com a leitura de um resumo do caso pelo relator, ministro Alexandre de Morares.

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