1962 - Os Novos Donos do Mundo
Por Teófilo Benarrós de Mesquita
Ainda em 1958, não havia um só brasileiro que deixasse de apostar no Bicampeonato Mundial.
Terminada a Copa do Suécia, em 1958, todos já pensavam na próxima conquista, com certeza.
Considerado o 'Marechal da Vitória', o jornalista Paulo Machado de Carvalho estava novamente à frente da preparação. E fez tudo rigorosamente igual a 1958, começando pelo mesmo avião e mesmo comandante do embarque para a Suécia, quatro anos antes.
Depois de inverter a ordem, tornando-se a primeira seleção a vencer uma Copa fora de seu continente, o Brasil estava ainda mais confiante, pois o Mundial de 1962 seria disputado pertinho, no Chile, escolhido como sede no Congresso da Fifa de 1956, em Lisboa.
O maior responsável pela escolha do Chile, até hoje considerado uma zebra como sede de Mundial, foi um brasileiro, filho de chilenos: Carlos Dittborn.
O organizador, porém, morreu um mês antes do início da Copa do Mundo e não realizou o sonho de assistir ao torneio realizado pelos chilenos.
A grande surpresa das Eliminatórias, disputada por 56 seleções, foi a eliminação da vice-campeã Suécia, que caiu diante da Suíça.
O Uruguai voltava à Copa, ao lado de Argentina e Colômbia, nas vagas sul-americanas. A Itália também estava de volta ao Mundial, que contou com todos os campeões até então - Uruguai, Itália, Alemanha e Brasil.
Tantas boas seleções em campos chilenos acenava para um Mundial de alto nível técnico, mas a Copa do Chile acabou marcada como a Copa das expulsões, tamanha e violência praticada em campo. Um recorde até então, com seis expulsões em 32 jogos.
Apesar de confiante e favorito, o Brasil temeu pelo pior quando, no segundo jogo, contra a Tchecoslováquia, Pelé chutou uma bola na trave adversária mas acusou imediatamente uma séria contusão - distensão do músculo da perna, ainda aos 27 minutos do primeiro tempo.
Atentido fora de campo, Pelé voltou aos 37 minutos, apenas para fazer figuração até o final do jogo, já que naqueles tempos não eram permitidas alterações durante as partidas.
Seu substituto nos jogos seguintes, Amarildo, deu conta do recado, marcandos seus gols, mas o grande destaque do Brasil acabou sendo Garrincha, que assumiu a responsabilidade da luta pelo bicampeonato.
Não foi uma conquista tão brilhante quanto à de 1958, mas ao bater a Tchecoslováquia por 3 a 1 na final, o Brasil se igualou a Uruguai e Itália como bicampeão do mundo e forte candidato à posse definitiva da Jules Rimet.
Quase todos acreditavam que era apenas uma questão de tempo. Para ser mais exato, quatro anos, até o Mundial da Inglaterra, em 1966.
A Copa do Mundo do Chile foi disputada entre 30 de maio a 17 de junho de 1962, com 16 seleções disputando 32 jogos, onde foram marcados 89 gols, proporcionando a média de 2,8 gols por partida.
Jerkovic, da Iugoslávia, foi o artilheiro com cinco gols marcados. Garrincha, do Brasil, foi escolhido o Craque da Copa e o zagueiro brasileiro Mauro foi o capitão que ergue a Jules Rimet.
Na próxima postagem: Uma Conquista Suspeita.
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