São Paulo/SP - Cuide-se bem! Desde a época de namoro que canto (ou tento) essa música `Lado B` do Guilherme Arantes para a Carla, cujo refrão diz "prá nunca perder esse riso largo e essa simpatia estampada no rosto". Temos muitas músicas que retratam nossa história (Na Sombra de Uma Árvore, Seguindo no Trem Azul, Apesar de Tudo, Agora Eu Sei, Memórias (com Renato e Seus Blue Caps)... Vixe, são tantas que daria um álbum duplo de trilha sonora), mas essa eu sempre achei muito mais a `cara` da Carla. É uma música feita para ela.
Hoje, depois de muito chorar com a Carla, senti que o riso largo, que embora não tenha sumido totalmente nos últimos meses, estava muito mais riso, estava muito mais largo. A simpatia era mais radiante. O rosto mais espontâneo. A Carla não cabia em si, de tanta felicidade. Igualmente eu e Janaína...
Foi a última sessão de Radioterapia. A alta foi dada posteriormente, pelo jovem Dr. Guilherme Gondim, da equipe da Dra. Maria Aparecida Conte. Ele se `espantou` com tamanha vivacidade apresentada pela Carla e recomendou os cuidados de praxe. "Tem que evitar sol nos próximos três meses. Tô vendo aqui que vocês são de Manaus...", disse, se referindo ao prontuário médico da paciente. "Mas você está muito bem. Foi um prazer conhecê-la", disse, com uma indisfarçável alegria em sua face, ao nos conduzir para a porta do consultório, ao final da consulta. Já estava contagiado pelo riso largo da Carla.
A proliferação desse vírus do bem começou no dia 13 de junho, na sala de espera das sessões de Radioterapia e Quimioterapia. A Carla, sem exagero, deu uma `chacoalada` naquele ambiente sisudo. Conversava com todos, até com os mais carrancudos - confesso que nessa hora eu temia alguma reação contrária dos outros pacientes, pois nem todos encaram o tratamento da mesma maneira.
Fazia festa para cada paciente que recebia alta. Tratava quase todos pelo nome. Sentia falta dos ausentes. Animava os mais desesperançosos. E fez sua festa particular no dia de sua última sessão. Tirou foto do início ao fim; ou pelo menos até quando a bateria da máquina fotográfica resistiu.
Enquanto ela fazia sua festa e eu cuidava dos procedimentos protocolares de última sessão e consulta (assinei meu nome umas 30 vezes), a atendente, novata no AC Camargo, me perguntou: "estão tirando fotos no salão?" Respondi que sim e expliquei o porquê. Ela riu sem jeito e disse que não era permitido fotos. Mas ela falou de uma maneira diferente, como se quisesse dizer na verdade "não leve isso tão à sério". Tive certeza disso quando retruquei, sorrindo, que já havíamos feito fotos em outras ocasiões e ela novamente riu sem jeito, como se estivesse confirmando o "não leve isso tão à sério".
Nos despedimos hoje do AC Camargo com uma imensa alegria, por termos encontrado grandes profissionais que complementaram a missão dos profissionais manauaras e contribuíram, todos, para o sucesso no tratamento. Confesso, porém, que ao cruzar pela última vez hoje os corredores do AC Camargo fui tomado, também, de uma tristeza, ainda que contida, ao lembrar-me que em algumas poucas vezes encontramos Carol, Aldenora (avó) e Ana Luzia naquele lugar. Quando chegávamos, cruzamos com uma mãe conduzindo pelas mãos uma criança de 7 ou 8 anos, careca que o gorro não conseguia disfarçar mas um olhar vivo, contagiante. Perguntei para Carla: "lembra alguém???". O olhar e o balançado de cabeça afirmativamente me deu a certeza de que teremos que nos envolver, ainda em muitas lutas.
Nesse momento, enquanto eu escrevo, ela dorme. Dorme o sono justo de uma guerreira. Dorme o descanso de quem venceu uma árdua batalha. Mas que não se conformará só com isso. Ela quer lutar, também, a batalha dos outros. Lutar e Vencer...
A todos e a todas, abraços e beijos do tamanho do Amazonas!!!
Teófilo, Carlinha e Janaína
Hoje, depois de muito chorar com a Carla, senti que o riso largo, que embora não tenha sumido totalmente nos últimos meses, estava muito mais riso, estava muito mais largo. A simpatia era mais radiante. O rosto mais espontâneo. A Carla não cabia em si, de tanta felicidade. Igualmente eu e Janaína...
Foi a última sessão de Radioterapia. A alta foi dada posteriormente, pelo jovem Dr. Guilherme Gondim, da equipe da Dra. Maria Aparecida Conte. Ele se `espantou` com tamanha vivacidade apresentada pela Carla e recomendou os cuidados de praxe. "Tem que evitar sol nos próximos três meses. Tô vendo aqui que vocês são de Manaus...", disse, se referindo ao prontuário médico da paciente. "Mas você está muito bem. Foi um prazer conhecê-la", disse, com uma indisfarçável alegria em sua face, ao nos conduzir para a porta do consultório, ao final da consulta. Já estava contagiado pelo riso largo da Carla.
A proliferação desse vírus do bem começou no dia 13 de junho, na sala de espera das sessões de Radioterapia e Quimioterapia. A Carla, sem exagero, deu uma `chacoalada` naquele ambiente sisudo. Conversava com todos, até com os mais carrancudos - confesso que nessa hora eu temia alguma reação contrária dos outros pacientes, pois nem todos encaram o tratamento da mesma maneira.
Fazia festa para cada paciente que recebia alta. Tratava quase todos pelo nome. Sentia falta dos ausentes. Animava os mais desesperançosos. E fez sua festa particular no dia de sua última sessão. Tirou foto do início ao fim; ou pelo menos até quando a bateria da máquina fotográfica resistiu.
Enquanto ela fazia sua festa e eu cuidava dos procedimentos protocolares de última sessão e consulta (assinei meu nome umas 30 vezes), a atendente, novata no AC Camargo, me perguntou: "estão tirando fotos no salão?" Respondi que sim e expliquei o porquê. Ela riu sem jeito e disse que não era permitido fotos. Mas ela falou de uma maneira diferente, como se quisesse dizer na verdade "não leve isso tão à sério". Tive certeza disso quando retruquei, sorrindo, que já havíamos feito fotos em outras ocasiões e ela novamente riu sem jeito, como se estivesse confirmando o "não leve isso tão à sério".
Nos despedimos hoje do AC Camargo com uma imensa alegria, por termos encontrado grandes profissionais que complementaram a missão dos profissionais manauaras e contribuíram, todos, para o sucesso no tratamento. Confesso, porém, que ao cruzar pela última vez hoje os corredores do AC Camargo fui tomado, também, de uma tristeza, ainda que contida, ao lembrar-me que em algumas poucas vezes encontramos Carol, Aldenora (avó) e Ana Luzia naquele lugar. Quando chegávamos, cruzamos com uma mãe conduzindo pelas mãos uma criança de 7 ou 8 anos, careca que o gorro não conseguia disfarçar mas um olhar vivo, contagiante. Perguntei para Carla: "lembra alguém???". O olhar e o balançado de cabeça afirmativamente me deu a certeza de que teremos que nos envolver, ainda em muitas lutas.
Nesse momento, enquanto eu escrevo, ela dorme. Dorme o sono justo de uma guerreira. Dorme o descanso de quem venceu uma árdua batalha. Mas que não se conformará só com isso. Ela quer lutar, também, a batalha dos outros. Lutar e Vencer...
A todos e a todas, abraços e beijos do tamanho do Amazonas!!!
Teófilo, Carlinha e Janaína
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