[CAMPEONATO AMAZONENSE CHEVROLET 2013] - Em disputa de pênaltis eletrizante, Princesa do Solimões conquista título inédito
Teófilo Benarrós de Mesquita
Fotos: Arlesson Sicsú, Especial para o Blog do Teófilo

Manaus/AM - O amado e odiado narrador global Galvão Bueno cunhou a irritante frase: "teste para cardíaco", para classificar jogos e jogadas de alto risco de emoção. E a partida decisiva do Campeonato Amazonense Chevrolet 2013, televisionada para todo o Amazonas pela TV A Crítica, na voz de Carlos Eduardo de Souza, foi, com o perdão do infame trocadilho, um teste para torcedores cardíados... Tanto do Princesa do Solimões como os do Nacional. Ao final de tudo, entre mortos e feridos, todos sobreviveram. O Nacional, vice-campeão, segue com calendário no segundo semestre, disputando o Campeonato Brasileiro da Série D (começa dia 2 de junho) e a 3ª Fase da Copa do Brasil. Campeão pela primeira vez em sua história, o Princesa do Solimões volta com todo gás em 2014: vai defender o título, lutando pelo inédito Bicampeonato, e vai debutar na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro da Série D.
Com a vantagem de 3-1 construída no primeiro jogo da decisão, o Princesa do Solimões repetiu o time de domingo passado e entrou motivado. Cansado por uma rotina de jogos e pela viagem para quinta-feira (23/05) a Curitiba/PR, onde se classificou para a 3 Fase da Copa do Brasil, o Nacional veio com duas alterações surpreendentes, pois os dois novos escolhidos não vinham sendo sequer relacionados para o banco de reservas: o zagueiro Rocha no lugar de Eliézio e o atacante Garanha. Mas o triunfo nacionalino era Danilo Rios, ausente na primeira partida decisiva, o que para muitos foi o motivo principal da derrota nacionalina.
O Princesa começou criando as melhores chances. Aos 5 minutos, Alessandro Toró recebeu na entrada da área e, muito marcado, abriu na direita para Clemilton, que cruzou rasante, com a bola passando na frente de Vinícius, com muito perigo. Dois minutos depois Rocha saiu jogando errado, na intermediária ofensiva, pelo lado direito e entregou nos pés de Marinélson, que avançou em velocidade e tocou para Nando, impedido, desperdiçando o contra-ataque. Vinícius lançou Alessandro Toró dentro da área, aos 8 minutos. O meia girou, bateu e quase surpreendeu Jairo.
A primeira chegada nacionalina veio aos 9 minutos e Garanha sofreu falta de Marraquete na entrada da área. Danilo Rios cobrou rasteiro, no canto esquerdo, Luis Paulo rebateu e, no rebote, Amaral fuzilou, para nova defesa de Luis Paulo, agora com os pés. O Princesa voltou a levar perigo aos 10 minutos, em contra-ataque de Marinélson pela esquerda, tocando de primeira para Nando, mas Rocha se antecipou ao atacante e jogou para escanteio. Aos 13 minutos, após defesa de Luis Paulo em ataque nacionalino, o goleiro repôs a bola rapidamente com Alessandro Toró, que saiu em velocidade e em diagonal, da esquerda para o meio, desde o campo de defesa, até ser desarmado por Rocha na entrada da área nacionalina.
Gelvane cobrou escanteio pelo lado esquerdo, aos 15 minutos, Jairo saiu tirando de tapa e a bola caiu nos pés de Rondinelle, que bateu mal, para o meio da área, onde Rocha cortou o perigo. Quatro minutos depois, nova chegada pelo lado esquerdo: Gelvane bateu lateral na área, a zaga nacionalina cortou e no rebote Alessandro Toró demorou a dominar, permitindo a aproximação dos marcadores. O meia então rolou para Deurick, de frente, bater com perigo mas por cima do gol.
Roberto Dinamite ganhou a jogada de Clemilton, aos 23 minutos, e avançou livre para dentro da área, pelo lado esquerdo, batendo rasteiro, buscando o canto direito de Luis Paulo, que defendeu. Em resposta, o Princesa desceu em contra-ataque pela esquerda, puxado por Marinélson, que cruzou na área para o corte de Rafael Morisco. Vinícius pegou a sobre e bateu para defesa de Jairo, que acabou machucando um dedo da mão esquerda na defesa, precisando ser atendido em campo.
A pressão do Princesa ruiu aos 27 minutos, quando o Nacional abriu o marcador, em jogada curiosa. Amaral bateu lateral buscando Felipe, que ganhou a disputa área contra Clayton He Man, cabeceando para trás e em direção à área, onde Leonardo disputou de cabeça contra Deurick e também levou a melhor, cabeceando, de novo, para trás e em direção à pequena área, no segundo pau, onde Garanha ganhou a disputa pelo alto contra Marraquete e cabeceou para o fundo das redes, sem chances para Luis Paulo, que nem se mexeu, comemorando seu primeiro gol na competição (foto abaixo).

Com calma o Nacional seguiu buscando o segundo gol e quase conseguiu aos 33 minutos. Felipe puxou contra-ataque pelo lado direito, com Amaral, e fez a inversão total de jogo para Danilo Rios, pela esquerda. Mas o 10 nacionalino bateu mal, para fora.
Aos 35 minutos, Clemilton iniciou a tabela com Marinélson, que no estilo pivô, de costa para o gol, ajeitou para o lateral bater no canto esquerdo de Jairo, que defendeu bem. O primeiro cartão amarelo do jogo veio aos 36 minutos, para Amaral, por falta em Marinélson em jogada na lateral de campo. No minuto seguinte Amaral acabou substituído por Andrezinho. A torcida do Princesa tomou novo susto aos 39 minutos, quando Felipe recebeu no bico esquerdo da grande área, girou sobre Marraquete e bateu cruzado, à esquerda de Luis Paulo, com muito perigo.
Com a entrada de Andrezinho, o Nacional ganhou mais qualidade nos cruzamentos. E logo no primeiro centro do novo lateral, aos 41 minutos, Luis Paulo fez um verdadeiro milagre, evitando o segundo de Garanha e do Nacional. Da direita, ele cruzou na medida para o veterano atacante, que mais uma vez levou vantagem na disputa contra Marraquete e cabeceou firme, com Luis Paulo salvando no reflexo, com os pés. Quatro minutos depois, Andrezinho cruzou com precisão novamente, mas Leonardo cabeceou mal, para fora. Leonardo apareceu de novo aos 46 minutos, recebendo de Wesley Bigu, cortando Vinícius e batendo para o gol, com a bola desviada a escanteio.
Para o segundo tempo, o Nacional voltou com Lídio no lugar de Garanha, que não queria sair. A intenção de Aderbal Lana era liberar Felipe para chegar mais no ataque, aproximando com Leonardo. Mas não deu certo e o jogo caiu em qualidade, principalmente porquê o Princesa abriu mão de jogar no segundo tempo, passando apenas a tocar a bola de forma relaxada, procurando gastar o tempo, como se o título já estivesse garantindo.
Mesmo assim o Nacional começou buscando o segundo gol. No primeiro minuto, Leonardo recebeu de Danilo Rios na entrada da área, e bateu fraco, para fácil defesa de Luis Paulo. Com 2 minutos, Danilo Rios desceu pela direita e cruzou, com Luis Paulo rebatendo para o meio da área, onde Wesley Bigu, de frente, encheu o pé, com a bola explodindo em Clayton He Man. Aos 4 minutos, na disputa aérea, Nando pega a sobra e tenta invadir a área, mas acaba desarmado. Dois minutos depois, Marinélson puxou mais um contra-ataque e, no rebote, Clemilton bateu forte, quase empatando, com a bola saindo por cima e Jairo só olhando ela raspar seu travessão.
Nando subiu livre mas cabeceou para fora, após cobrança de falta na área, aos 11 minutos. Aos 14 minutos, Lana tentou corrigir a substituição do intervalo, tirando o volante Roberto Dinamite (que também não queria sair) e colocando o atacante Charles. Um minuto depois os papéis se inverteram e Leonardo cruzou na área, buscando Andrezinho, mas Deurick cortou providencialmente, antes da bola chegar ao bem colocado lateral nacionalino. Danilo Rios teve boa chance em cobrança de falta frontal, na entrada da área, aos 20 minutos, mas bateu mal, isolando.
Marquinho Píter processou a primeira mudança aos 21 minutos, tirando Nando (que também saiu insatisfeito) e colocando Edinho Canutama. Rocha cometeu falta em Marinélson no meio de campo, aos 23 minutos, levando cartão amarelo. Aos 25 minutos, Marraquete fez falta na entrada da área, em Leonardo, e também foi amarelado. Em seguida, Alessandro Toró deixou o campo, entrando em seu lugar Delciney.
Na perseguição ao segundo gol, o Nacional criou três chances seguidas. Aos 26 minutos, Andrezinho cobrou escanteio pelo lado direito, Felipe cabeceou e Luis Paulo encaixou com firmeza. Um minuto depois, do meio de campo, Lídio tocou de cabeça para Charles, na entrada da área, que tocou de cabeça para Felipe bater com perigo, mas por cima do gol. Com 29 minutos, Dênis Santos cruzou da direita, Charles cabecou e Luis Paulo defendeu, sofrendo falta no alto de Felipe, que trombou de forma proposital e desnecessária contra o goleiro, levando cartão amarelo.
Rondinelle fez falta em Danilo Rios na intermediária e também levou seu amarelo, aos 32 minutos. Dois minutos depois, Felipe avançou em velocidade, sofreu falta de Clemilton mas preferiu continuar no lance e, mesmo desequilibrado, entrou na área e recuou para Wesley Bigu que nem bateu a gol nem cruzou, jogando a bola para fora e desperdiçando bom ataque nacionalino. Desinteressado de jogar no segundo tempo, o Princesa só voltou ao ataque aos 35 minutos, em tabela de Marinélson e Vinícius, que entrou na área no mano a mano contra Rafael Morisco que tirou para escanteio com o biquinho da chuteira.
Aos 36 minutos Leonardo fez bela enfiada de bola para Felipe, entre os zagueiros Gelvane e Marraquete. Felipe entrou na área e bateu forte, com a bola explodindo no travessão e os jogadores nacionalinos pedindo, no "grito" a marcação do segundo gol, pressionando o auxiliar Ivo Fernando da Costa de Souza pela marcação do gol, alegando que a bola teria quicado dentro do gol, o que não aconteceu. Um minuto depois, Rondinelle se aventurou ao ataque, pelo lado direito e cruzou. Após bate-rebate, Edinho Canutama tenta e é desarmado, com Deurick aproveitando a sobra e mandando à direita, na rede pelo lado de fora, enganando parte da torcida manacapuruense.
Wesley Bigu perdeu boa oportunidade, aos 38 minutos. Depois de cruzamento da direita na área, o lateral-esquerdo pega o rebote de frente, mata no peito e enche o pé, mas para fora. Aos 42 minutos o Nacional marcou mais não valeu. Charles já havia feito falta de ataque, em Clayton He Man, quando bateu para Luis Paulo espalmar e Felipe empurrar para as redes no rebote. A essa altura, o Princesa aparentava já acreditar no título, sem esboçar qualquer lampejo ofensivo, e com parte de sua torcida já comemorando a conquista.
O castigo aconteceu aos 44 minutos, quando Rafael Morisco rompeu com a bola para o ataque e tocou para Wesley Bigu que, marcado de longe por Vinícius, centrou na área. Na disputa de Leonardo com Luis Paulo, a bola resvalou no corpo do nacionalino e balançou as redes, para delírio da torcida azulina (foto abaixo).

O Princesa ficou visivelmente abatido com o gol sofrido e nesse clima foi para a disputa do título na cobrança de pênaltis.
Disputa eletrizante
Charles iniciou a série para o Nacional, colocando no canto esquerdo de Luis Paulo, que escolheu o direito. Vinícius desperdiçou a primeira do Princesa, jogando na trave direita de Jairo, batido no lance. Danilo Rios abriu vantagem de 2-0 para o Nacional, colocando no canto direito, o oposto de Luis Paulo. Gelvane diminuiu e manteve as esperanças manacapuruenses, cobrando no canto direito, com Jairo caindo para o esquerdo. Wesley Bigu cobrou à meia-altura, no canto direito de Luis Paulo, que foi certo na bola mas não evitou a vantagem nacionalina por 3-1 e a caminhada rumo ao título. Rondinelle bateu alto, no meio do gol, com Jairo pulando no canto esquerdo.
A vantagem nacionalina foi para o espaço, ou melhor parou no travessão de Luis Paulo, na cobrança de Rafael Morisco. Edinho Canutama, batendo no meio do gol, deixou tudo igual, 3-3, faltando uma cobrança para cada time. Aí a sorte começou a sorrir para o Princesa. Felipe bateu no meio do gol, com Luis Paulo defendeu facilmente. A última cobrança ficou a cargo de Marinélson, o craque e artilheiro do time. Mas o sorriso era só um falsete, por enquanto... Marinélson cobrou no canto direito e Jairo espalmou, voltando a deixar tudo igual.
Começaram, então, as cobranças alternadas, após o empate de 3-3 na primeira série. Agora, se um perdesse e outro marcasse, acabaria tudo. Andrezinho bateu no canto direito de Luis Paulo, que voou certo, tocou na bola, mas não evitou o gol nacionalino. A responsabilidade do empate (ou da derrota e perda do título) ficou nos pés de Delciney, criado nas categorias de base do Nacional. Ele bateu no meio do gol, mas Jairo foi para o esquerdo. Tudo igual de novo: 4-4.
Lídio deslocou Luis Paulo para o canto direito e colocou a bola no esquerdo, jogando de novo a pressão para cima do Princesa. Deurick bateu no meio do gol, com Jairo escolhendo o canto esquerdo e igualou em 5-5.
Dênis Santos converteu o pênalti mais bem batido da série, com categoria, no ângulo superior esquerdo de Luis Paulo, estabelecendo 6-5 e jogando, de novo, a responsabilidade para o lado contrário. O lateral-direito Clemilton não decepcionou, bateu no meio de gol, com Jairo caindo para o lado direito e empatou em 6-6.
A definição só ocorreu na quarta série alternada. Leonardo, o autor do gol no finalzinho do jogo, que levou a decisão do título para a cobrança de pênaltis, bateu no canto esquerdo. Luis Paulo ia passando da bola, mas defendeu com os pés. O zagueiro Marraquete fez a última cobrança (foto abaixo), com calma e categoria, no canto esquerdo de Jairo, que finalmente apostou numa cobrança no meio do gol, mas não se deu bem. Final da disputa, placar de 7-6 para o Princesa depois de 9 cobranças de cada time e a comemoração do título inédito, soltanto, finalmente, o sorriso de satisfação e o grito de felicidade. A guisa de curiosidade, além dos goleiros, apenas os zagueiros Rocha e Clayton He Man não bateram pênaltis na decisão do título.

Ficha Técnica:
Princesa do Solimões 0-2 Nacional
Campeonato Amazonense Chevrolet 2013
Final da Campeonato - Jogo de Volta
Domingo, 26 de maio de 2013, às 16h
Estádio Olímpico Gilberto Mestrinho, em Manacapuru/AM
Árbitro: Wilson Luis Seneme/FIFA-SP
Auxiliar 1: Marcos Santos Vieira/AM
Auxiliar 2: Ivo Fernando da Costa de Souza/AM
4° Árbitro: Djalma Silva de Souza/AM
Delegado: Lázaro D'Ângelo Pinheiro
Renda: R$ 84.000,00
Público pagante: 5.800 (8.032 presentes)
Cartões amarelos: Amaral 36 minutos do 1° tempo. Rocha 23, Marraquete 25, Felipe 29, Rondinelle 32 e Delciney 39 minutos do 2° tempo.
Gols: Garanha 27 minutos do 1° tempo. Leonardo 44 minutos do 2° tempo.
Princesa do Solimões: Luis Paulo; Clemilton, Marraquete, Clayton He Man e Gelvane; Rondinelle, Deurick, Vinícius e Alessandro Toró (Delciney 26/2°); Nando (Edinho Canutama 21/2°) e Marinélson. Treinador: Marquinhos Píter. Suplentes: Milton, Piru, Léo, Delciney, Marquinhos, Edinho Canutama e Joiner.
Nacional: Jairo; Amaral (Andrezinho 37/1°), Rocha, Rafael Morisco e Wesley Bigu; Denis Santos, Roberto Dinamite (Charles 14/2°), Felipe e Danilo Rios; Leonardo e Garanha (Lídio, no intervalo). Treinador: Aderbal Lana. Suplentes: Igor Lemos; Andrezinho, Luan, Lídio, Messi, Danilo Pereira e Charles.
Com cordiais
Saudações Fastianas!
Teófilo Benarrós de Mesquita
Fotos: Arlesson Sicsú, Especial para o Blog do Teófilo

Manaus/AM - O amado e odiado narrador global Galvão Bueno cunhou a irritante frase: "teste para cardíaco", para classificar jogos e jogadas de alto risco de emoção. E a partida decisiva do Campeonato Amazonense Chevrolet 2013, televisionada para todo o Amazonas pela TV A Crítica, na voz de Carlos Eduardo de Souza, foi, com o perdão do infame trocadilho, um teste para torcedores cardíados... Tanto do Princesa do Solimões como os do Nacional. Ao final de tudo, entre mortos e feridos, todos sobreviveram. O Nacional, vice-campeão, segue com calendário no segundo semestre, disputando o Campeonato Brasileiro da Série D (começa dia 2 de junho) e a 3ª Fase da Copa do Brasil. Campeão pela primeira vez em sua história, o Princesa do Solimões volta com todo gás em 2014: vai defender o título, lutando pelo inédito Bicampeonato, e vai debutar na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro da Série D.
Com a vantagem de 3-1 construída no primeiro jogo da decisão, o Princesa do Solimões repetiu o time de domingo passado e entrou motivado. Cansado por uma rotina de jogos e pela viagem para quinta-feira (23/05) a Curitiba/PR, onde se classificou para a 3 Fase da Copa do Brasil, o Nacional veio com duas alterações surpreendentes, pois os dois novos escolhidos não vinham sendo sequer relacionados para o banco de reservas: o zagueiro Rocha no lugar de Eliézio e o atacante Garanha. Mas o triunfo nacionalino era Danilo Rios, ausente na primeira partida decisiva, o que para muitos foi o motivo principal da derrota nacionalina.
O Princesa começou criando as melhores chances. Aos 5 minutos, Alessandro Toró recebeu na entrada da área e, muito marcado, abriu na direita para Clemilton, que cruzou rasante, com a bola passando na frente de Vinícius, com muito perigo. Dois minutos depois Rocha saiu jogando errado, na intermediária ofensiva, pelo lado direito e entregou nos pés de Marinélson, que avançou em velocidade e tocou para Nando, impedido, desperdiçando o contra-ataque. Vinícius lançou Alessandro Toró dentro da área, aos 8 minutos. O meia girou, bateu e quase surpreendeu Jairo.
A primeira chegada nacionalina veio aos 9 minutos e Garanha sofreu falta de Marraquete na entrada da área. Danilo Rios cobrou rasteiro, no canto esquerdo, Luis Paulo rebateu e, no rebote, Amaral fuzilou, para nova defesa de Luis Paulo, agora com os pés. O Princesa voltou a levar perigo aos 10 minutos, em contra-ataque de Marinélson pela esquerda, tocando de primeira para Nando, mas Rocha se antecipou ao atacante e jogou para escanteio. Aos 13 minutos, após defesa de Luis Paulo em ataque nacionalino, o goleiro repôs a bola rapidamente com Alessandro Toró, que saiu em velocidade e em diagonal, da esquerda para o meio, desde o campo de defesa, até ser desarmado por Rocha na entrada da área nacionalina.
Gelvane cobrou escanteio pelo lado esquerdo, aos 15 minutos, Jairo saiu tirando de tapa e a bola caiu nos pés de Rondinelle, que bateu mal, para o meio da área, onde Rocha cortou o perigo. Quatro minutos depois, nova chegada pelo lado esquerdo: Gelvane bateu lateral na área, a zaga nacionalina cortou e no rebote Alessandro Toró demorou a dominar, permitindo a aproximação dos marcadores. O meia então rolou para Deurick, de frente, bater com perigo mas por cima do gol.
Roberto Dinamite ganhou a jogada de Clemilton, aos 23 minutos, e avançou livre para dentro da área, pelo lado esquerdo, batendo rasteiro, buscando o canto direito de Luis Paulo, que defendeu. Em resposta, o Princesa desceu em contra-ataque pela esquerda, puxado por Marinélson, que cruzou na área para o corte de Rafael Morisco. Vinícius pegou a sobre e bateu para defesa de Jairo, que acabou machucando um dedo da mão esquerda na defesa, precisando ser atendido em campo.
A pressão do Princesa ruiu aos 27 minutos, quando o Nacional abriu o marcador, em jogada curiosa. Amaral bateu lateral buscando Felipe, que ganhou a disputa área contra Clayton He Man, cabeceando para trás e em direção à área, onde Leonardo disputou de cabeça contra Deurick e também levou a melhor, cabeceando, de novo, para trás e em direção à pequena área, no segundo pau, onde Garanha ganhou a disputa pelo alto contra Marraquete e cabeceou para o fundo das redes, sem chances para Luis Paulo, que nem se mexeu, comemorando seu primeiro gol na competição (foto abaixo).

Com calma o Nacional seguiu buscando o segundo gol e quase conseguiu aos 33 minutos. Felipe puxou contra-ataque pelo lado direito, com Amaral, e fez a inversão total de jogo para Danilo Rios, pela esquerda. Mas o 10 nacionalino bateu mal, para fora.
Aos 35 minutos, Clemilton iniciou a tabela com Marinélson, que no estilo pivô, de costa para o gol, ajeitou para o lateral bater no canto esquerdo de Jairo, que defendeu bem. O primeiro cartão amarelo do jogo veio aos 36 minutos, para Amaral, por falta em Marinélson em jogada na lateral de campo. No minuto seguinte Amaral acabou substituído por Andrezinho. A torcida do Princesa tomou novo susto aos 39 minutos, quando Felipe recebeu no bico esquerdo da grande área, girou sobre Marraquete e bateu cruzado, à esquerda de Luis Paulo, com muito perigo.
Com a entrada de Andrezinho, o Nacional ganhou mais qualidade nos cruzamentos. E logo no primeiro centro do novo lateral, aos 41 minutos, Luis Paulo fez um verdadeiro milagre, evitando o segundo de Garanha e do Nacional. Da direita, ele cruzou na medida para o veterano atacante, que mais uma vez levou vantagem na disputa contra Marraquete e cabeceou firme, com Luis Paulo salvando no reflexo, com os pés. Quatro minutos depois, Andrezinho cruzou com precisão novamente, mas Leonardo cabeceou mal, para fora. Leonardo apareceu de novo aos 46 minutos, recebendo de Wesley Bigu, cortando Vinícius e batendo para o gol, com a bola desviada a escanteio.
Para o segundo tempo, o Nacional voltou com Lídio no lugar de Garanha, que não queria sair. A intenção de Aderbal Lana era liberar Felipe para chegar mais no ataque, aproximando com Leonardo. Mas não deu certo e o jogo caiu em qualidade, principalmente porquê o Princesa abriu mão de jogar no segundo tempo, passando apenas a tocar a bola de forma relaxada, procurando gastar o tempo, como se o título já estivesse garantindo.
Mesmo assim o Nacional começou buscando o segundo gol. No primeiro minuto, Leonardo recebeu de Danilo Rios na entrada da área, e bateu fraco, para fácil defesa de Luis Paulo. Com 2 minutos, Danilo Rios desceu pela direita e cruzou, com Luis Paulo rebatendo para o meio da área, onde Wesley Bigu, de frente, encheu o pé, com a bola explodindo em Clayton He Man. Aos 4 minutos, na disputa aérea, Nando pega a sobra e tenta invadir a área, mas acaba desarmado. Dois minutos depois, Marinélson puxou mais um contra-ataque e, no rebote, Clemilton bateu forte, quase empatando, com a bola saindo por cima e Jairo só olhando ela raspar seu travessão.
Nando subiu livre mas cabeceou para fora, após cobrança de falta na área, aos 11 minutos. Aos 14 minutos, Lana tentou corrigir a substituição do intervalo, tirando o volante Roberto Dinamite (que também não queria sair) e colocando o atacante Charles. Um minuto depois os papéis se inverteram e Leonardo cruzou na área, buscando Andrezinho, mas Deurick cortou providencialmente, antes da bola chegar ao bem colocado lateral nacionalino. Danilo Rios teve boa chance em cobrança de falta frontal, na entrada da área, aos 20 minutos, mas bateu mal, isolando.
Marquinho Píter processou a primeira mudança aos 21 minutos, tirando Nando (que também saiu insatisfeito) e colocando Edinho Canutama. Rocha cometeu falta em Marinélson no meio de campo, aos 23 minutos, levando cartão amarelo. Aos 25 minutos, Marraquete fez falta na entrada da área, em Leonardo, e também foi amarelado. Em seguida, Alessandro Toró deixou o campo, entrando em seu lugar Delciney.
Na perseguição ao segundo gol, o Nacional criou três chances seguidas. Aos 26 minutos, Andrezinho cobrou escanteio pelo lado direito, Felipe cabeceou e Luis Paulo encaixou com firmeza. Um minuto depois, do meio de campo, Lídio tocou de cabeça para Charles, na entrada da área, que tocou de cabeça para Felipe bater com perigo, mas por cima do gol. Com 29 minutos, Dênis Santos cruzou da direita, Charles cabecou e Luis Paulo defendeu, sofrendo falta no alto de Felipe, que trombou de forma proposital e desnecessária contra o goleiro, levando cartão amarelo.
Rondinelle fez falta em Danilo Rios na intermediária e também levou seu amarelo, aos 32 minutos. Dois minutos depois, Felipe avançou em velocidade, sofreu falta de Clemilton mas preferiu continuar no lance e, mesmo desequilibrado, entrou na área e recuou para Wesley Bigu que nem bateu a gol nem cruzou, jogando a bola para fora e desperdiçando bom ataque nacionalino. Desinteressado de jogar no segundo tempo, o Princesa só voltou ao ataque aos 35 minutos, em tabela de Marinélson e Vinícius, que entrou na área no mano a mano contra Rafael Morisco que tirou para escanteio com o biquinho da chuteira.
Aos 36 minutos Leonardo fez bela enfiada de bola para Felipe, entre os zagueiros Gelvane e Marraquete. Felipe entrou na área e bateu forte, com a bola explodindo no travessão e os jogadores nacionalinos pedindo, no "grito" a marcação do segundo gol, pressionando o auxiliar Ivo Fernando da Costa de Souza pela marcação do gol, alegando que a bola teria quicado dentro do gol, o que não aconteceu. Um minuto depois, Rondinelle se aventurou ao ataque, pelo lado direito e cruzou. Após bate-rebate, Edinho Canutama tenta e é desarmado, com Deurick aproveitando a sobra e mandando à direita, na rede pelo lado de fora, enganando parte da torcida manacapuruense.
Wesley Bigu perdeu boa oportunidade, aos 38 minutos. Depois de cruzamento da direita na área, o lateral-esquerdo pega o rebote de frente, mata no peito e enche o pé, mas para fora. Aos 42 minutos o Nacional marcou mais não valeu. Charles já havia feito falta de ataque, em Clayton He Man, quando bateu para Luis Paulo espalmar e Felipe empurrar para as redes no rebote. A essa altura, o Princesa aparentava já acreditar no título, sem esboçar qualquer lampejo ofensivo, e com parte de sua torcida já comemorando a conquista.
O castigo aconteceu aos 44 minutos, quando Rafael Morisco rompeu com a bola para o ataque e tocou para Wesley Bigu que, marcado de longe por Vinícius, centrou na área. Na disputa de Leonardo com Luis Paulo, a bola resvalou no corpo do nacionalino e balançou as redes, para delírio da torcida azulina (foto abaixo).

O Princesa ficou visivelmente abatido com o gol sofrido e nesse clima foi para a disputa do título na cobrança de pênaltis.
Disputa eletrizante
Charles iniciou a série para o Nacional, colocando no canto esquerdo de Luis Paulo, que escolheu o direito. Vinícius desperdiçou a primeira do Princesa, jogando na trave direita de Jairo, batido no lance. Danilo Rios abriu vantagem de 2-0 para o Nacional, colocando no canto direito, o oposto de Luis Paulo. Gelvane diminuiu e manteve as esperanças manacapuruenses, cobrando no canto direito, com Jairo caindo para o esquerdo. Wesley Bigu cobrou à meia-altura, no canto direito de Luis Paulo, que foi certo na bola mas não evitou a vantagem nacionalina por 3-1 e a caminhada rumo ao título. Rondinelle bateu alto, no meio do gol, com Jairo pulando no canto esquerdo.
A vantagem nacionalina foi para o espaço, ou melhor parou no travessão de Luis Paulo, na cobrança de Rafael Morisco. Edinho Canutama, batendo no meio do gol, deixou tudo igual, 3-3, faltando uma cobrança para cada time. Aí a sorte começou a sorrir para o Princesa. Felipe bateu no meio do gol, com Luis Paulo defendeu facilmente. A última cobrança ficou a cargo de Marinélson, o craque e artilheiro do time. Mas o sorriso era só um falsete, por enquanto... Marinélson cobrou no canto direito e Jairo espalmou, voltando a deixar tudo igual.
Começaram, então, as cobranças alternadas, após o empate de 3-3 na primeira série. Agora, se um perdesse e outro marcasse, acabaria tudo. Andrezinho bateu no canto direito de Luis Paulo, que voou certo, tocou na bola, mas não evitou o gol nacionalino. A responsabilidade do empate (ou da derrota e perda do título) ficou nos pés de Delciney, criado nas categorias de base do Nacional. Ele bateu no meio do gol, mas Jairo foi para o esquerdo. Tudo igual de novo: 4-4.
Lídio deslocou Luis Paulo para o canto direito e colocou a bola no esquerdo, jogando de novo a pressão para cima do Princesa. Deurick bateu no meio do gol, com Jairo escolhendo o canto esquerdo e igualou em 5-5.
Dênis Santos converteu o pênalti mais bem batido da série, com categoria, no ângulo superior esquerdo de Luis Paulo, estabelecendo 6-5 e jogando, de novo, a responsabilidade para o lado contrário. O lateral-direito Clemilton não decepcionou, bateu no meio de gol, com Jairo caindo para o lado direito e empatou em 6-6.
A definição só ocorreu na quarta série alternada. Leonardo, o autor do gol no finalzinho do jogo, que levou a decisão do título para a cobrança de pênaltis, bateu no canto esquerdo. Luis Paulo ia passando da bola, mas defendeu com os pés. O zagueiro Marraquete fez a última cobrança (foto abaixo), com calma e categoria, no canto esquerdo de Jairo, que finalmente apostou numa cobrança no meio do gol, mas não se deu bem. Final da disputa, placar de 7-6 para o Princesa depois de 9 cobranças de cada time e a comemoração do título inédito, soltanto, finalmente, o sorriso de satisfação e o grito de felicidade. A guisa de curiosidade, além dos goleiros, apenas os zagueiros Rocha e Clayton He Man não bateram pênaltis na decisão do título.

Ficha Técnica:
Princesa do Solimões 0-2 Nacional
Campeonato Amazonense Chevrolet 2013
Final da Campeonato - Jogo de Volta
Domingo, 26 de maio de 2013, às 16h
Estádio Olímpico Gilberto Mestrinho, em Manacapuru/AM
Árbitro: Wilson Luis Seneme/FIFA-SP
Auxiliar 1: Marcos Santos Vieira/AM
Auxiliar 2: Ivo Fernando da Costa de Souza/AM
4° Árbitro: Djalma Silva de Souza/AM
Delegado: Lázaro D'Ângelo Pinheiro
Renda: R$ 84.000,00
Público pagante: 5.800 (8.032 presentes)
Cartões amarelos: Amaral 36 minutos do 1° tempo. Rocha 23, Marraquete 25, Felipe 29, Rondinelle 32 e Delciney 39 minutos do 2° tempo.
Gols: Garanha 27 minutos do 1° tempo. Leonardo 44 minutos do 2° tempo.
Princesa do Solimões: Luis Paulo; Clemilton, Marraquete, Clayton He Man e Gelvane; Rondinelle, Deurick, Vinícius e Alessandro Toró (Delciney 26/2°); Nando (Edinho Canutama 21/2°) e Marinélson. Treinador: Marquinhos Píter. Suplentes: Milton, Piru, Léo, Delciney, Marquinhos, Edinho Canutama e Joiner.
Nacional: Jairo; Amaral (Andrezinho 37/1°), Rocha, Rafael Morisco e Wesley Bigu; Denis Santos, Roberto Dinamite (Charles 14/2°), Felipe e Danilo Rios; Leonardo e Garanha (Lídio, no intervalo). Treinador: Aderbal Lana. Suplentes: Igor Lemos; Andrezinho, Luan, Lídio, Messi, Danilo Pereira e Charles.
Com cordiais
Saudações Fastianas!
Teófilo Benarrós de Mesquita
Comentários
Postar um comentário