[COPA DO MUNDO 2014] - Doze anos de superação e uma doce recompensa para Olic

Do Site Oficial da Fifa
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Fotos: Getty Images/Site da Fifa

Manaus/AM - Ivica Olic ainda dava seus primeiros passos no futebol croata quando recebeu o chamado para disputar a Copa do Mundo da FIFA de 2002 no Japão e na Coréia do Sul. Mas o gol que marcaria contra a Itália naquela ocasião não apenas abriria suas portas para grandes clubes europeus como seria, curiosamente, o capítulo inicial de uma história que teria sequência apenas 12 anos mais tarde.

No Brasil 2014, Olic já não era mais aquele jovem promissor, que acabara de se tornar pai pela primeira vez, mas, sim, um experiente atleta de 34 anos, com mais dois filhos na conta e uma longa e bem sucedida carreira em clubes como Hamburgo, Bayern de Munique e, agora, Wolfsburg, todos da Alemanha. E, claro, com tudo isso, o gol que faria contra Camarões, na vitória por 4-0 da Croácia, em Manaus/AM, não seria somente o seu segundo em Copas; ele o faria entrar para os livros de recordes como o segundo jogador a conseguir este feito após um intervalo tão longo.

Ao lado dele? Ninguém menos que Michael Laudrup, ídolo dinamarquês e autor de gols nos Mundiais de 1986/México e 1998/França, um intervalo também de 12 anos. “É uma história maravilhosa. Estar ao lado de alguém como o Laudrup vale muito e é uma recompensa enorme para os anos de trabalho pesado que tenho realizado”, contou Olic à Fifa. E por trabalho pesado, entenda-se sacrifício em todos os setores do campo e muita transpiração para aguentar o ritmo dos mais jovens. Pelo que correu contra Camarões nesta quarta (18/06) – puxando contra-ataques pelas pontas e ajudando na marcação –, o Olic que quebrava recordes de longevidade lembrava até aquele atacante de 23 anos que brilhou pela primeira vez em 2002/Japão-Coréia do Sul.

“Quando eu tinha 25 anos eu me dei conta de que era preciso me dedicar totalmente à minha carreira e manter a saúde em dia. A vida de um jogador profissional é curta, e sabia que precisava seguir jogando sempre. Por isso, nunca assinei com clubes por dinheiro. E, na Alemanha, eles dão valor a isso”, conta o jogador, que acabou de renovar com o Wolfsburg e que jogará na Bundesliga ao menos até os 36 anos.

Seguir em tão boa forma fez com que Olic também adiasse sua aposentadoria da Sseleção Croata – o que chegou a cogitar em 2012, quando perdeu a Euro por conta de uma lesão. Ao voltar atrás, porém, ele ganhou o direito de ampliar seu currículo em Mundiais e, de quebra, aproveitou para superar outra marca, que havia sido estabelecida pelo antigo companheiro de equipe e hoje técnico da Seleção.

Afinal, até hoje, era exatamente Niko Kovac o mais velho jogador croata a marcar em uma Copa, 27 dias a menos que o novo recordista. “Pois é, não gostei de saber que ele me superou”, disse Kovac, rindo, à Fifa. “É brincadeira, claro. Ele talvez mereça até mais do que os outros, pelo comprometimento e pela forma com que se sacrifica em campo. Fico muito satisfeito por ele não ter se aposentado e por seguir nos ajudando.”

A alegria com que falava do atacante havia ficado evidente no momento em que Olic marcou o primeiro gol do jogo. Ao correr para o banco durante a comemoração, ele tentou passar uma mensagem ao treinador e amigo, mas, em meio a abraços e muita festa, mal conseguiu ser ouvido. “Ele estava eufórico, gritava e falava logo sobre números, mas eu não entendi direito”, admitiu Kovac.

Coube, então, a Olic explicar melhor o que aquilo significava. “Eu brinquei com ele que o jogo seria no dia 18 (de junho), às 18h (em Manaus), então o jogador que usaria a camisa 18 marcaria um gol”, contou, rindo, o tal camisa 18 croata (foto). “Então fui lá para dizer que eu estava certo.”

Superstições à parte, Olic sabe como poucos que o sucesso que obteve na longa carreira só foi possível na base de esforço e muito trabalho, exatamente o que a Croácia precisa para seguir viva na Copa. Depois da derrota para o Brasil e da recuperação contra Camarões, o último capítulo da Fase de Grupos será contra o México, e apenas um resultado interessa para os croatas: a vitória.

“A gente já havia feito uma boa partida contra o Brasil, mas agora mostramos nossa força. Precisamos vencer mais uma e acredito nisso. Assistimos ao jogo do México ontem e sabemos que temos qualidade para vencer e passar de fase”. E no caso de Olic, de seguir reescrevendo sua história em Copas.

Com cordiais
Saudações Fastinas e Brasileiras
Teófilo Benarrós de Mesquita

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