Teófilo Benarrós de Mesquita
Belo Horizonte/MG - Estamos em Minas Gerais, eu (Teófilo) e meu filho Raul Carlos. Viemos por três motivos, embora o principal deles tenha se perdido no decorrer do período entre a aquisição das passagens e o embarque. E o título da mensagem, embora todos possam pensar que tenha sido dito pelo Raul a mim não foi... Fui eu quem disse a frase "eu só vou viajar porquê o senhor também vai...", a um outro passageiro, sentado um pouco mais à nossa frente. Já alerto que para entender o (con)texto, será necessário ler a postagem até o final, rs. Vou explicar, cronologicamente...
Após a conquista do Fast Clube/AM na III Copa Norte de Futebol Sub-20 (Juniores) e a confirmação de sua participação na Copa do Brasil de Futebol Sub-20 (Juniores) contra o Cruzeiro/MG, comprei nossas passagens para Belo Horizonte/MG, no dia 8 de setembro, mesmo sabendo que haveria risco de não ter o Jogo de Volta, o que acabou de fato acontecendo. Esse era o principal motivo, que acabou perdendo objeto. Os outros dois motivos são levar o Raul Carlos para conhecer o Estádio do Mineirão, o que acontecerá neste domingo (27/09) na partida entre Cruzeiro/MG - Coritiba/PR, pelo Campeonato Brasileiro, e levá-lo também para visitar o amigo Lucas, em Itabira/MG, o que vai ocorrer na segunda-feira (28/09).
Assim, deveríamos embarcar na quinta-feira (24/09). Sim, deveríamos, porquê pelo fato deu ter esquecido a Certidão de Nascimento original do Raulzito, não foi possível nosso embarque (gosto nem de lembrar, o Raul segurando o choro no check-in da Azul, e voltando para casa com as malas...). Menos mal que a passagem foi remarcada para o dia seguinte, sem ônus adicional.
E lá vamos nós, na sexta-feira (25/09), finalmente embarcar, nossa primeira viagem de Azul. De cara, me apaixonei pela Azul e fui tomado por enorme emoção ao ver que a aeronave em que iríamos viajar tem seu bico pintado reproduzindo o capacete de meu ídolo Ayrton Senna (foto abaixo). O sentimento de paixão só foi aumentando quando encontramos uma simpática, atenciosa e sorridente equipe de voo e ao tomar nossos assentos, com direito a Canal Sky - o Raul viajou assistindo o canal Gloob, de Manaus/AM a Belo Horizonte/MG.
A Embraer 195 da Azul taxiou na pista do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, parou na cabeceira e... Depois de alguns longos minutos, o comandante João Paulo pede desculpas e aponta estar havendo "uma discrepância de informações nos comandos de bordo, razão pela qual será necessária a volta para o ponto de embarque, onde a equipe de manutenção fará a checagem dos equipamentos", não sendo possível a decolagem sem que ele estivesse seguro de todas as condições. Engraçado que teve gente que não escutou o aviso e ficou surpresa e sem entender o retorno. Eu e o Raul ocupávamos os assentos 15A (janela) e 15B (corredor). Notei que o passageiro da poltrona 14E (corredor, logo à nossa frente, do outro lado da aeronave) levantou-se e pude ver, pelo cordão do seu crachá, que ele era funcionário da Azul.
Alguns minutos após o retorno para o ponto de embarque, veio a informação que a aeronave precisaria ser abastecida, gerando comentários do tipo: "putz, fizeram tudo e esqueceram de abastecer...". Mas o alarme foi falso, fruto provavelmente do desencontro de informações dos equipamentos de controle de voo. A aeronave estava devidamente abastecida, é lógico. E lá vamos nós taxiar, de novo... E lá paramos nós na cabeceira da pista, de novo. E lá voltamos ao ponto de partida, de novo. "Peço desculpas novamente, mas a discrepância de informações permanece e eu reitero nossa posição de só decolarmos com a máxima segurança possível. Vamos retornar para uma checagem mais aprofundada da equipe de manutenção", comunicou João Paulo. E lá se vai o passageiro da 14E, novamente...
Agora a coisa foi mais séria. Toda a eletrônica da aeronave foi reiniciada, duas vezes. Desligou-se tudo, painéis, comandos, luzes, a Sky, tudo, tudo, duas vezes. Aí eu já tinha perdido a paixão, que se transformou em medo. Pensei: "esse negócio de não termos viajado na véspera, transferindo a passagem não está me cheirando bem"; "rapaz, será que viajar num avião lembrando o Senna é uma boa ideia a essa altura do campeonato?"... No escuro, uma funcionária da Azul (a mesma do guichê de embarque, que confere documentos e passagens), passa alguns avisos: "as conexões para Porto Alegre, Santos Dumont e Goiânia foram perdidas..." e repassa aos passageiros nestas condições, algumas opções de escolha. Dois passageiros com destino a Porto Alegre, abdicaram da opção de pernoitarem em Belo Horizonte/MG com hotel pago pela Azul para embarcarem às 8 horas da manhã de BH para Poa, preferindo esperar no Eduardo Gomes até uma hora da madrugada do dia seguinte. Outros cinco ficaram no avião. Pensei em perguntar se havia opção de outro voo para quem ia direto para BH, mas achei prudente não perguntar, para não causa pânico, rs.
De Goiânia e do Santos Dumont, nenhum passageiro se manifestou... Um casal perguntou sobre a conexão para Campinas/SP e a resposta foi que haveria tempo hábil, sem comprometimento. De novo pensei em perguntar se eu podia ir em outro voo, talvez no dia seguinte (sábado), mas de novo achei melhor ficar calado, com medo e uma reação em cadeia. Ao final da nova checagem, enquanto o passageiro da 14E se acomoda, o comandante se posta no início do corredor, explica o que aconteceu, garante que agora o avião tem condições de voo e pergunta se alguém tem alguma dúvida. De novo eu engulo aquela vontade de perguntar se eu poderia ir em outro voo, mas de novo acho melhor não externar meu sentimento.
Tudo tranquilo então? Para mim não... Ligo a Sky e no Canal TNT está passando Ghost - Do Outro Lado da Vida, filme que eu a minha eterna Carlinha assistimos 12 vezes no cinema. E bem na hora em que o Sam morre. E, para quem não lembra, ele ia viajar no dia seguinte quando, assistindo o noticiário da TV, passa um acidente aéreo. Eu precisava, definitivamente, fazer algo, tomar uma atitude para tranquilizar-me...
Decidido, interrompo a conversa do funcionário da Azul com sua esposa (janela na poltrona 14), pergunto seu nome e digo-lhe: "Jorge, eu só vou viajar porquê o senhor também vai... Porquê se o senhor saísse do avião, eu também pediria para sair..."
Graças a Deus correu tudo bem, tirando o atraso de duas horas exatas.
Com cordiais
Saudações Fastianas!
Teófilo Benarrós de Mesquita
Belo Horizonte/MG - Estamos em Minas Gerais, eu (Teófilo) e meu filho Raul Carlos. Viemos por três motivos, embora o principal deles tenha se perdido no decorrer do período entre a aquisição das passagens e o embarque. E o título da mensagem, embora todos possam pensar que tenha sido dito pelo Raul a mim não foi... Fui eu quem disse a frase "eu só vou viajar porquê o senhor também vai...", a um outro passageiro, sentado um pouco mais à nossa frente. Já alerto que para entender o (con)texto, será necessário ler a postagem até o final, rs. Vou explicar, cronologicamente...
Após a conquista do Fast Clube/AM na III Copa Norte de Futebol Sub-20 (Juniores) e a confirmação de sua participação na Copa do Brasil de Futebol Sub-20 (Juniores) contra o Cruzeiro/MG, comprei nossas passagens para Belo Horizonte/MG, no dia 8 de setembro, mesmo sabendo que haveria risco de não ter o Jogo de Volta, o que acabou de fato acontecendo. Esse era o principal motivo, que acabou perdendo objeto. Os outros dois motivos são levar o Raul Carlos para conhecer o Estádio do Mineirão, o que acontecerá neste domingo (27/09) na partida entre Cruzeiro/MG - Coritiba/PR, pelo Campeonato Brasileiro, e levá-lo também para visitar o amigo Lucas, em Itabira/MG, o que vai ocorrer na segunda-feira (28/09).
Assim, deveríamos embarcar na quinta-feira (24/09). Sim, deveríamos, porquê pelo fato deu ter esquecido a Certidão de Nascimento original do Raulzito, não foi possível nosso embarque (gosto nem de lembrar, o Raul segurando o choro no check-in da Azul, e voltando para casa com as malas...). Menos mal que a passagem foi remarcada para o dia seguinte, sem ônus adicional.
E lá vamos nós, na sexta-feira (25/09), finalmente embarcar, nossa primeira viagem de Azul. De cara, me apaixonei pela Azul e fui tomado por enorme emoção ao ver que a aeronave em que iríamos viajar tem seu bico pintado reproduzindo o capacete de meu ídolo Ayrton Senna (foto abaixo). O sentimento de paixão só foi aumentando quando encontramos uma simpática, atenciosa e sorridente equipe de voo e ao tomar nossos assentos, com direito a Canal Sky - o Raul viajou assistindo o canal Gloob, de Manaus/AM a Belo Horizonte/MG.
A Embraer 195 da Azul taxiou na pista do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, parou na cabeceira e... Depois de alguns longos minutos, o comandante João Paulo pede desculpas e aponta estar havendo "uma discrepância de informações nos comandos de bordo, razão pela qual será necessária a volta para o ponto de embarque, onde a equipe de manutenção fará a checagem dos equipamentos", não sendo possível a decolagem sem que ele estivesse seguro de todas as condições. Engraçado que teve gente que não escutou o aviso e ficou surpresa e sem entender o retorno. Eu e o Raul ocupávamos os assentos 15A (janela) e 15B (corredor). Notei que o passageiro da poltrona 14E (corredor, logo à nossa frente, do outro lado da aeronave) levantou-se e pude ver, pelo cordão do seu crachá, que ele era funcionário da Azul.
Alguns minutos após o retorno para o ponto de embarque, veio a informação que a aeronave precisaria ser abastecida, gerando comentários do tipo: "putz, fizeram tudo e esqueceram de abastecer...". Mas o alarme foi falso, fruto provavelmente do desencontro de informações dos equipamentos de controle de voo. A aeronave estava devidamente abastecida, é lógico. E lá vamos nós taxiar, de novo... E lá paramos nós na cabeceira da pista, de novo. E lá voltamos ao ponto de partida, de novo. "Peço desculpas novamente, mas a discrepância de informações permanece e eu reitero nossa posição de só decolarmos com a máxima segurança possível. Vamos retornar para uma checagem mais aprofundada da equipe de manutenção", comunicou João Paulo. E lá se vai o passageiro da 14E, novamente...
Agora a coisa foi mais séria. Toda a eletrônica da aeronave foi reiniciada, duas vezes. Desligou-se tudo, painéis, comandos, luzes, a Sky, tudo, tudo, duas vezes. Aí eu já tinha perdido a paixão, que se transformou em medo. Pensei: "esse negócio de não termos viajado na véspera, transferindo a passagem não está me cheirando bem"; "rapaz, será que viajar num avião lembrando o Senna é uma boa ideia a essa altura do campeonato?"... No escuro, uma funcionária da Azul (a mesma do guichê de embarque, que confere documentos e passagens), passa alguns avisos: "as conexões para Porto Alegre, Santos Dumont e Goiânia foram perdidas..." e repassa aos passageiros nestas condições, algumas opções de escolha. Dois passageiros com destino a Porto Alegre, abdicaram da opção de pernoitarem em Belo Horizonte/MG com hotel pago pela Azul para embarcarem às 8 horas da manhã de BH para Poa, preferindo esperar no Eduardo Gomes até uma hora da madrugada do dia seguinte. Outros cinco ficaram no avião. Pensei em perguntar se havia opção de outro voo para quem ia direto para BH, mas achei prudente não perguntar, para não causa pânico, rs.
De Goiânia e do Santos Dumont, nenhum passageiro se manifestou... Um casal perguntou sobre a conexão para Campinas/SP e a resposta foi que haveria tempo hábil, sem comprometimento. De novo pensei em perguntar se eu podia ir em outro voo, talvez no dia seguinte (sábado), mas de novo achei melhor ficar calado, com medo e uma reação em cadeia. Ao final da nova checagem, enquanto o passageiro da 14E se acomoda, o comandante se posta no início do corredor, explica o que aconteceu, garante que agora o avião tem condições de voo e pergunta se alguém tem alguma dúvida. De novo eu engulo aquela vontade de perguntar se eu poderia ir em outro voo, mas de novo acho melhor não externar meu sentimento.
Tudo tranquilo então? Para mim não... Ligo a Sky e no Canal TNT está passando Ghost - Do Outro Lado da Vida, filme que eu a minha eterna Carlinha assistimos 12 vezes no cinema. E bem na hora em que o Sam morre. E, para quem não lembra, ele ia viajar no dia seguinte quando, assistindo o noticiário da TV, passa um acidente aéreo. Eu precisava, definitivamente, fazer algo, tomar uma atitude para tranquilizar-me...
Decidido, interrompo a conversa do funcionário da Azul com sua esposa (janela na poltrona 14), pergunto seu nome e digo-lhe: "Jorge, eu só vou viajar porquê o senhor também vai... Porquê se o senhor saísse do avião, eu também pediria para sair..."
Graças a Deus correu tudo bem, tirando o atraso de duas horas exatas.
Com cordiais
Saudações Fastianas!
Teófilo Benarrós de Mesquita
Caramba!!! Eu teria saído hahaha
ResponderExcluirEu pensei nisso três vezes, kkkkk...
Excluir