[COTIDIANO] - Amizade se explica? Amizade envelhece? Amizade é assim: inexplicável e para sempre.

Teófilo Benarrós de Mesquita
Fotos: Grupo Etfa 86/Facebook

Manaus/AM - Alguns ingressaram em 1982, na Sétima Série. Outros, no ano seguinte, já na Oitava Série, a última escala do Primeiro Grau, atual Ensino Fundamental, via Mini-Vestibular, nomenclatura usada na época.

Teve também os que entraram no 1º Ano do Ensino Médio, que na verdade chamava-se Segundo Grau.

Egressos do Benjamin Constant, único outro estabelecimento de ensino de Manaus/AM que oferecia o Curso Técnico de Edificações, uma turma chegou já no 2º ano, em 1984.

Também tem os que ficaram pelo caminho, trocando de curso, de escola ou até mesmo de prioridade.

Dois ou três não completaram qualquer curso, pois a vida lhes foi ceifada prematuramente.

Era um turbilhão de ideias, de características, de temperamentos, de personalidades, de atitudes, de emoções, de sentimentos... Tudo muito próprio da pré-adolescência/adolescência. Os mais novos, contavam com 12 ou 13 anos; os mais experientes, 16 ou 17 anos.

Tinha os descolados e as descoladas. Também, os tímidos e as tímidas. As vanguardistas (prafrentex) e as recatadas. Os capetas (sim, no plural) e os introspectivos. Os CDFs e os escorões (raríssimos). Uma pluralidade harmoniosa.

Tinha treta. Tinha festa. Tinha folia. Tinham namoricos (um pouco além do pegar na mão). Tinha rolo. Tinha azaração. Tinha amor platônico. Tinha paixão recolhida. Tinha cola (que ninguém com 13/14/15/16 anos é santo ou santa...). Tinha bagunça. Tinha advertência. Tinha suspensão. Tinha reprovação (ou como se dizia, repetição de ano).

Mas também tinha responsabilidade. A maioria era engajada. Havia os que se dedicavam ao Grêmio Estudantil. Alguns optaram pelo Atletismo. Não faltavam craques no Futebol, de Campo e de Salão (que depois virou Futsal). O Basquete também estava representado. Igualmente o Voleibol, a Natação, o Handebol, o Judô e a Ginástica Olímpica. Sem falar na GRD (Ginástica Rítmica Desportiva), só para belas!

Aliás, naquela época, início até meados dos Anos 80, os Jogos Estudantis bombavam. Percorríamos os principais locais de jogos e provas à pé, saindo da Sete de Setembro até a Epaminondas, onde você podia escolher entre os eventos no Ginásio Arystóphano Antony, do Rio Negro/AM, no Campo General Severiano, do Colégio Militar de Manaus/AM, ou nas piscinas do Colégio Dom Bosco. No meio do caminho, as Quadras ou Ginásios dos colégios de Freira - Auxiliadora, Dorotéia e Santa Terezinha.

Por falar em Santa Terezinha, havia uma digamos assim, tradição. A meninada ficava azarando as noviças de farda azul, torcendo para que elas atravessassem a rua. Uma coisa é certa: as mais bonitas, de fato, atravessaram, trocando o Santa Terezinha pela Escola Técnica Federal do Amazonas. E foram se juntar às belas que vinha de todo lugar: Cachoeirinha, São Raimundo, Glória, Educandos, Centro, Praça 14 de Janeiro, Japiim, Coroado, Petrópolis, Santa Luzia, São Francisco, Dom Pedro, Parque 10 de Novembro e até do bairro mais distante naquela época, a recem-inaugurada Cidade Nova.

Manaus/AM tinha pouco mais de 612 mil habitantes; atualmente tem mais que o triplo, aproximadamente 2 milhões e 100 mil moradores.

A convivência foi, em média, de 3 anos - o tempo exato do Segundo Grau. Alguns ficaram juntos cinco anos - de 1982 a 1986. Muitos seguiram juntos para a Faculdade, a maioria na Universidade do Amazonas (UA), no Curso de Engenharia Civil.

Salvo poucas exceções, cada um ou cada uma seguiu para seu lado. Como alguém já disse, no Grupo do WhatsApp: "quantas vezes já nos esbarramos por aí e nem nos demos conta que estudamos juntos, lá atrás..."

Aliás, foi o WhatsApp o principal responsável pelo fenômeno desse reencontro. Trinta e um anos depois (ou para os que começaram em 1982, 35 anos depois) os antigos adolescentes se reencontraram, primeiro virtualmente, depois presencialmente.

Esse ano já foram três Encontros: o primeiro, dia 5 de fevereiro, contou com a presença de sete etfanos/etfanas. No segundo encontro, cinco dias depois, o quórum já foi dobrado. E na última sexta-feira (10/03) o terceiro e surpreendente encontro, com 46 ex-alunos e ex-alunos, além de uma ilustre participação, diretamente de Teresópolis/RJ.

Havia no ar uma aura indescritível. As fotos comprovam. Sorrisos que não precisam de tradução ou legenda. Risadas e gargalhadas ecoavam pelo ambiente mais-que-perfeito proporcionado pela anfitriã da noite.

No cardápio, além dos Vinhos, da Cerveja, da Caipirinha e do Churrasco, muitas histórias e estórias. De sobremesa, abraços calorosos, atenção nas conversas, e aqui e ali uma lágrima emotiva.

Ninguém queria ir embora. Os que precisavam ir, lamentavam a partida e já pediam um novo Encontro.

É muito assunto para colocar em dia...

Que venha logo o próximo encontro. E com novas presenças.
Nota do Autor: Texto e fotos sujeitas a edições, conforme sugestão dos mais de 40 presentes no Encontro...

Com cordiais
Saudações Fastianas!
Teófilo Benarrós de Mesquita

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