Teófilo Benarrós de Mesquita
Foto: Raimundo Valentim (in memorian)
Manaus/AM - Segunda-feira, 12 de março de 2018, 07h30min.
Terminal II na rua Manicoré, bairro Cachoeirinha, em Manaus/AM.
Estou esperando uma das linhas que me leve ao trabalho, como faço todos as manhãs.
E observando o vai e vem das pessoas, como faço todas as manhãs...
Nesse dia e nesse horário, em especial, algo me chamou muita atenção.
Bem ao meu lado passa um rapaz, todo de branco, desde a bota até a camisa de meia, estilo Hering, e estilosos fones de ouvido.
Ele se dirige ao ambulante e arranca da parte frontal da banca um saco de Cebolitos, salgadinhos artificiais de milho.
Arranca o pacote e mostra ao ambulante, que também está equipado com outro estiloso fone de ouvido.
O ambulante acena com os dedos, não sei se sinalizando um ou dois; não tive tempo de conferir direito.
O rapaz de branco mexe na carteira, tira a quantia indicada, abre o saco de Cebolitos e começa a saboreá-los.
O ambulante toma o dinheiro, guarda-o devidamente em sua carteira, e segue escutando o que os fones de ouvido lhe transmite.
Tudo muito rápido.
Tudo muito seco.
Sequer um aceno de cabeça, em sinal de concordância.
Nem o polegar levantado, demonstrando satisfação mútua.
Um esboço de sorriso, pela compra e pela venda, nem pensar.
Frio, como fria estava aquele início de manhã.
"É a comunicação moderna", diriam uns.
"Hoje em dia é tudo assim, de forma objetiva", defenderiam outros.
"Isso é normal, Teófilo... No futuro vai ser tudo assim", pregariam alguns.
Fiquei chocado.
Seria essa uma nova forma de comunicação e interação?!?!?
Fiquei tão pasmo que só quando estava já dentro do ônibus que eu me dei conta que deveria ter feito o registro fotográfico (ainda que com o aparelho celular), em perspectiva, dos dois personagens do que acabara de presenciar, para ilustrar essa postagem, que de imediato, tão logo após o episódio, foi pautada e delineada na minha cabeça.
Gente, cadê a cordialidade?
Cadê a pessoalidade?
Cadê a generosidade?
Deus que me livre desse tipo de "comunicação"!
Logo eu, adepto do abraço. De um sorriso. De um bom dia franco e sincero.
Com cordiais
Saudações Fastianas!
Teófilo Benarrós de Mesquita
Foto: Raimundo Valentim (in memorian)
Manaus/AM - Segunda-feira, 12 de março de 2018, 07h30min.
Terminal II na rua Manicoré, bairro Cachoeirinha, em Manaus/AM.
Estou esperando uma das linhas que me leve ao trabalho, como faço todos as manhãs.
E observando o vai e vem das pessoas, como faço todas as manhãs...
Nesse dia e nesse horário, em especial, algo me chamou muita atenção.
Bem ao meu lado passa um rapaz, todo de branco, desde a bota até a camisa de meia, estilo Hering, e estilosos fones de ouvido.
Ele se dirige ao ambulante e arranca da parte frontal da banca um saco de Cebolitos, salgadinhos artificiais de milho.
Arranca o pacote e mostra ao ambulante, que também está equipado com outro estiloso fone de ouvido.
O ambulante acena com os dedos, não sei se sinalizando um ou dois; não tive tempo de conferir direito.
O rapaz de branco mexe na carteira, tira a quantia indicada, abre o saco de Cebolitos e começa a saboreá-los.
O ambulante toma o dinheiro, guarda-o devidamente em sua carteira, e segue escutando o que os fones de ouvido lhe transmite.
Tudo muito rápido.
Tudo muito seco.
Sequer um aceno de cabeça, em sinal de concordância.
Nem o polegar levantado, demonstrando satisfação mútua.
Um esboço de sorriso, pela compra e pela venda, nem pensar.
Frio, como fria estava aquele início de manhã.
"É a comunicação moderna", diriam uns.
"Hoje em dia é tudo assim, de forma objetiva", defenderiam outros.
"Isso é normal, Teófilo... No futuro vai ser tudo assim", pregariam alguns.
Fiquei chocado.
Seria essa uma nova forma de comunicação e interação?!?!?
Fiquei tão pasmo que só quando estava já dentro do ônibus que eu me dei conta que deveria ter feito o registro fotográfico (ainda que com o aparelho celular), em perspectiva, dos dois personagens do que acabara de presenciar, para ilustrar essa postagem, que de imediato, tão logo após o episódio, foi pautada e delineada na minha cabeça.
Gente, cadê a cordialidade?
Cadê a pessoalidade?
Cadê a generosidade?
Deus que me livre desse tipo de "comunicação"!
Logo eu, adepto do abraço. De um sorriso. De um bom dia franco e sincero.
P.S.: Essa postagem já estava toda prontinha na minha cabeça, tão logo testemunhei o episódio. Porém, ao chegar no meu trabalho, recebi a notícia do falecimento do Repórter Fotográfico Raimundo Valentim, esposo da Jornalista Tereza Teófilo, com quem encontro costumeiramente nos corredores da Câmara Municipal de Manaus, sempre nos permitindo uma paradinha para uma boa conversa, e pai do Jornalista Rafael Valentim, com quem trabalhei na Redação do Diário do Amazonas em 2010 e 2011. Na hora só pensei na vontade enorme de dar em cada um deles um fraternal e demorado abraço... Então, Tereza e Rafael, sintam-se abraçados. E, como singela homenagem ao Raimundo Valentim, a foto da postagem, que nada tem relacionado ao episódio, mas é uma das mais belas fotos já tiradas durante um jogo de futebol.
Com cordiais
Saudações Fastianas!
Teófilo Benarrós de Mesquita
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