Teófilo Benarrós de Mesquita
Foto: Site Oficial de Chico Buarque
http://chicobuarque.com.br
Manaus/AM
Censurada, a canção O Que Será ? tem três versões.
Quem a escuta sob a ótica da contestação política, viés recorrente na obra de Chico Buarque de Hollanda nem imagina que a música foi tema do filme Dona Flor e Seus Dois Maridos, de 1976.
O tema para a abertura do filme, intitulado simplesmente O Que Será ? foi gravado por Simone e está no LP Simone, lançado no ano seguinte, 1977.
O Que Será ? (À Flor da Terra), com Chico Buarque, está no LP Meus Caros Amigos, de 1976 ainda.
Milton Nascimento interpretou O Que Será (À Flor da Pele), que consta no LP Geraes, de 1976.
A propósito, a participação de Milton Nascimento deu-se após o cantor ouvir Francis Hime tocar a canção nos estúdios da gravadora e indicar que a música era talhada para ser interpretada em dupla.
Chico e Francis gostaram da observação e partiram para a finalização dos arranjos, já tendo em mente que Milton a cantaria, também.
Assim, para comemorar os 76 Anos de Chico Buarque, o Bom Dia Musical apresenta O Que Será ? (À Flor da Pele), com Chico e Milton, exibida no Programa Chico e Caetano em 14 de Março de 1987, 33 anos atrás.
Sobre o aniversariante, Chico Buarque, Cantor, Compositor, Vencedor do Grammy Latino (2002), Ator, Dramaturgo, Escritor, Vencedor três vezes do Prêmio Jabuti - Livro do Ano (1992, 2004 e 2010), e Vencedor do Prêmio Camões 2019 pelo conjunto da obra... , o Blog do Teófilo acredita ser dispensável quaisquer comentários !!!
P.S: E ainda aparece no 200º Bom Dia Musical do Blog do Teófilo rs rs rs rs
O que não tem remédio, nem nunca terá... O que não tem receita.
O que será que me dá ?
Que me bole por dentro, será que me dá ?
Que brota à flor da pele, será que me dá ?
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita.
O que será que será ?
Que dá dentro da gente e não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os unguentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os Santos, será que será ?
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite.
O que será que me dá ?
Que me queima por dentro, será que me dá ?
Que me perturba o sono, será que me dá ?
Que todos os tremores que vêm agitar
que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo
Com cordiais
Saudações Fastianas
Teófilo Benarrós de Mesquita
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