[HOMENAGEM] - Ah, Haroldo Furtado, não era para ter sido assim

Teófilo Benarrós de Mesquita
Foto: Arquivo Pessoal

Manaus/AM - Morreu nesta quinta-feira (16/12) o Jornalista Haroldo Furtado de Paiva, proprietário do Jornal Extra e da Gráfica Uirapuru, e ex-secretário de Comunicação de Gilberto Mestrinho e Amazonino Mendes.

Trabalhei com o Haroldo em 2011 e 2012, na Câmara Municipal de Manaus. Eu como Chefe de Gabinete da Presidência. Ele como Sub-Diretor de Comunicação.

É claro que eu já sabia quem era Haroldo Furtado. Desde 1989, quando começei no Jornalismo.

As referências dele sempre foram as melhores possíveis.

O convívio diário, divindo responsabilidades profissionais, só confirmaram tudo que eu já havia escutado a respeito dele.

Escrevo essa homenagem com lágrimas nos olhos.

Mas também com muito orgulho de ter convivido, ainda que brevemente, com o Haroldo.

2021 não tem sido fácil.
De janeiro a dezembro, não tem sido fácil.

........................

Houve um dia, um Secretário de Comunicação no nosso Estado.

O seu legado, além da gentileza, foi também a discrição.

O conceito de gentleman parece ter sido criado para ele. Era sua melhor definição.

Jornalista completo, no trato, na fala e na escrita - algo bem raro no meio.

Da mesma forma que tratava a todos bem, falava também muito bem e escrevia com tamanha facilidade, que me deixava embasbacado com tanto talento.

Conhecedor de muita história política de nossa terra, era uma Memória Viva. Mas nunca ultrapassou os limites éticos que sua vivência nos cargos públicos pudesse sugerir.

Feliz daqueles que um dia escutaram algum episódio contado com inteligência, paixão e fidelidade pelo Haroldo Furtado de Paiva.

O Haroldo tinha outras muitas virtudes, dentre as quais:
criatividade,
lealdade,
fidelidade,
respeito,
paciência,
bom humor,
inteligência...

E ele juntava tudo isso em sua narrativa.

Fluía espontaneamente e naturalmente.
Se tornava envolvente...

Escutar os episódios contados pelo Haroldo era como abrir e ler um livro e assistir a adaptação deste livro para o cinema, tudo no mesmo ato.

Era delicioso.

Tinha também as virtudes da discrição e da honradez.

Mesmo sendo Secretário de Comunicação de Gilberto Mestrinho (acredito que o período que rende as melhores narrativas do Haroldo) e de Amazonino Mendes, viveu com simplicidade, dignificando diariamente seu trabalho pós-secretariado, fosse no Jornal Extra, fosse na Gráfica Uirapuru.

Raramente aparecia. Até para tirar foto era difícil. Eu tive a felicidade de ter essa única foto com ele, em 2019, na Coordenadoria da Ouvidoria da Câmara Municipal de Manaus.

E olha que em 2011/2012 trabalhamos muito próximos - ele como Sub-Diretor de Comunicação e eu como Chefe de Gabinete da Presidência, também na CMM.

Não deu tempo de procurar a solução.
Foi descoberto muito tardiamente.

Ah, Haroldo, não era para ter sido assim...
Faltou o livro de memórias, que tanto viria a enriquecer a literatura regional.
Logo você Haroldo foi relaxar nesse ponto.
Logo você Haroldo, que editou e publicou tantos livros.

Fica meu respeito e admiração, que graças a Deus consegui expressar contigo ainda em Vida.

Vá com Deus !!!
Eu ficarei aqui, com lágrimas nos olhos (como estou agora) e com o coração ainda mais ferido nesse difícil 2021... De janeiro a dezembro.
Com cordiais,
Saudações Jornalísticas!
Teófilo Benarrós de Mesquita

Comentários