Teófilo Benarrós de Mesquita
Fotos: Arquivo Pessoal
Manaus/AM - Tenho memórias afetivas do Bar do Carvalho, localizado na esquina da rua Ipixuna com a Avenida Castelo Branco (e não na Avenida Carvalho Leal, como muitos pensam), no bairro da Cachoeirinha, Zona Sul da capital amazonense.
Minha Avó Paterna, Áurea Bezerra de Mesquita, morava próximo, na Rua Ajuricaba, ponto de encontro das reuniões familiares, abastecidas de muita cerveja (devidamente geladas em camburões de alumínio, que eu nem sei se ainda existem) e comida (tartarugas e tambaquis, invariavelmente; sempre 'porrudos', qualificados e quantificados por 'palmo de peito'. E originários do Rio Purus).
Os encontros frequentes eram minunciosamente planejados, capitaneados pelos filhos mais velhos de Dona Áurea: Luiz Bezerra de Menezes e Leonardo Bezerra de Menezes, os dois a mais completa tradução do ser humano metódico.
Quando raramente faltava cerveja, os tios mais novos, José Ribamar Bezerra de Menezes e Afrânio Bezerra de Menezes, acompanhados dos cunhados Isaac da Costa Benarrós Filho e Idalmir Ximenes Monteiro Júnior, iam 'buscar reforço' no Bar do Carvalho.
Iam à pé. O 'batalhão' precisava de reforço, dependendo da quantidade de 'grades' a ser aquiridas.
As crianças, eu inclusa, sempre se escalavam como candidatas a reforço. Mas eram vigorosamente recusadas, com ralhos e reprimendas.
Tempos em que criança estar perto de bar era não só proibido como inadimíssivel.
E foi com essa aura que se alimentou em mim, desde a infância, em meados e finais dos Anos 70 do século XX, um sentimento diferenciado pelo Bar do Carvalho.
Um misto de curiosidade com vontade, e aquele pensamento moleque: "um dia eu me vingo e tomo uma cerveja aí".
Lembro de um episódio que um dos sobrinhos (no caso um dos meus primos) violou a sagrada proibição e ousou acompanhar a 'cavalaria real' em busca do reforço.
Evidentemente foi descoberto. E pagou o preço. Alto preço. Levou uma surra. E ainda foi castigado.
De uma forma genérica, escrevi no gênero masculino. Mas desconfio que a proeza foi de uma autora: a prima Karen de Menezes Leão.
O fato é que ir ao Bar do Carvalho era impensável, proibido.
A ponto de, após eu passar 26 anos sem beber por opção, e depois de ficar viúvo, ter elencado como uma das prioridades do meu #Projeto50, tomar uma(s) gelada(s) no Bar do Carvalho.
Demorou um pouco mais que o almejado, mas o 'sonho' se concretizou, dois anos e oito meses depois, já como parte do #Projeto50+3.
Na noite desta quinta-feira (19/05), sem nada planejado ou acordado, "estreei" no Bar do Carvalho. E, por essas conjuções da Vida, acompanhado de um velho amigo e atualmente meu patrão, o Jornalista Valmir Lima, outro estreante no Bar do Carvalho.
Foi muito bom. Um turbilhão de pensamentos e sentimentos invadiu minha mente e meu ser, enquanto saborei poucas Originais da Antarctica na breve estada no tradicional reduto boêmio de Manaus/AM.
Senti ali a presença saudosa de todos que já se foram, e nem sequer sabiam desses sentimentos, alimentados desde a infância: meu Pai Teófilo Narciso de Mesquita Neto; meus tios Luiz, Leonardo, Isaac, Idalmir e Afrânio.
Brindei a todos vocês.
Pretendo voltar. Logo. Em breve.
Obrigado, Valmir, pela oportunidade da concretização do sonho de infância.
Até breve, Bar do Carvalho.
Com cordiais
Saudações Fastianas!
Teófilo Benarrós de Mesquita
Fotos: Arquivo Pessoal
Manaus/AM - Tenho memórias afetivas do Bar do Carvalho, localizado na esquina da rua Ipixuna com a Avenida Castelo Branco (e não na Avenida Carvalho Leal, como muitos pensam), no bairro da Cachoeirinha, Zona Sul da capital amazonense.
Minha Avó Paterna, Áurea Bezerra de Mesquita, morava próximo, na Rua Ajuricaba, ponto de encontro das reuniões familiares, abastecidas de muita cerveja (devidamente geladas em camburões de alumínio, que eu nem sei se ainda existem) e comida (tartarugas e tambaquis, invariavelmente; sempre 'porrudos', qualificados e quantificados por 'palmo de peito'. E originários do Rio Purus).
Os encontros frequentes eram minunciosamente planejados, capitaneados pelos filhos mais velhos de Dona Áurea: Luiz Bezerra de Menezes e Leonardo Bezerra de Menezes, os dois a mais completa tradução do ser humano metódico.
Quando raramente faltava cerveja, os tios mais novos, José Ribamar Bezerra de Menezes e Afrânio Bezerra de Menezes, acompanhados dos cunhados Isaac da Costa Benarrós Filho e Idalmir Ximenes Monteiro Júnior, iam 'buscar reforço' no Bar do Carvalho.
Iam à pé. O 'batalhão' precisava de reforço, dependendo da quantidade de 'grades' a ser aquiridas.
As crianças, eu inclusa, sempre se escalavam como candidatas a reforço. Mas eram vigorosamente recusadas, com ralhos e reprimendas.
Tempos em que criança estar perto de bar era não só proibido como inadimíssivel.
E foi com essa aura que se alimentou em mim, desde a infância, em meados e finais dos Anos 70 do século XX, um sentimento diferenciado pelo Bar do Carvalho.
Um misto de curiosidade com vontade, e aquele pensamento moleque: "um dia eu me vingo e tomo uma cerveja aí".
Lembro de um episódio que um dos sobrinhos (no caso um dos meus primos) violou a sagrada proibição e ousou acompanhar a 'cavalaria real' em busca do reforço.
Evidentemente foi descoberto. E pagou o preço. Alto preço. Levou uma surra. E ainda foi castigado.
De uma forma genérica, escrevi no gênero masculino. Mas desconfio que a proeza foi de uma autora: a prima Karen de Menezes Leão.
O fato é que ir ao Bar do Carvalho era impensável, proibido.
A ponto de, após eu passar 26 anos sem beber por opção, e depois de ficar viúvo, ter elencado como uma das prioridades do meu #Projeto50, tomar uma(s) gelada(s) no Bar do Carvalho.
Demorou um pouco mais que o almejado, mas o 'sonho' se concretizou, dois anos e oito meses depois, já como parte do #Projeto50+3.
Na noite desta quinta-feira (19/05), sem nada planejado ou acordado, "estreei" no Bar do Carvalho. E, por essas conjuções da Vida, acompanhado de um velho amigo e atualmente meu patrão, o Jornalista Valmir Lima, outro estreante no Bar do Carvalho.
Foi muito bom. Um turbilhão de pensamentos e sentimentos invadiu minha mente e meu ser, enquanto saborei poucas Originais da Antarctica na breve estada no tradicional reduto boêmio de Manaus/AM.
Senti ali a presença saudosa de todos que já se foram, e nem sequer sabiam desses sentimentos, alimentados desde a infância: meu Pai Teófilo Narciso de Mesquita Neto; meus tios Luiz, Leonardo, Isaac, Idalmir e Afrânio.
Brindei a todos vocês.
Pretendo voltar. Logo. Em breve.
Obrigado, Valmir, pela oportunidade da concretização do sonho de infância.
Até breve, Bar do Carvalho.
Com cordiais
Saudações Fastianas!
Teófilo Benarrós de Mesquita
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