[DIREITOS HUMANOS] - Líder quilombola Doka é assassinado no Maranhão

Agência Brasil
Agência Brasil de Comunicação
www.agenciabrasil.ebc.gov.br
Foto: Redes Sociais
Rio de Janeiro/RJ - O líder quilombola José Alberto Moreno Mendes, de 47 anos, foi assassinado na tarde da última sexta-feira (27/10) por dois atiradores, em frente a sua casa. Conhecido como Doka, ele morava no povoado Jaibara dos Rodrigues, no Território Quilombola Monge Belo, em Itaipuaçu-Mirim, no Maranhão, que aguarda titulação há quase 20 anos.

O Ceddh/MA (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos do Maranhão) manifestou indignação pelo crime pediu pronta intervenção do aparato de segurança pública estadual para apurar o ocorrido.

"Ao mesmo tempo protestamos contra a morosidade do Incra na tarefa de titulação desse território", diz nota divulgada neste domingo (29/10).

O conselho contabiliza que, entre 2005 e 2023, 50 quilombolas foram assassinados no Estado do Maranhão.

GOVERNO FEDERAL
O MDHC (Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania) divulgou uma nota em que lamenta profundamente a morte de Doka.

"Neste momento de dor e luto, estendemos nossas condolências aos familiares e amigos de José Alberto, e reforçamos nosso compromisso com a sua luta por um país mais justo e igualitário", diz o texto. "Sempre que um defensor de direitos humanos tomba e é silenciado, toda a sociedade brasileira perde a oportunidade valiosa de avançar no debate em torno da construção de soluções para as graves violações de direitos humanos que ainda afetam a maioria do seu povo".


Segundo o ministério, a comunidade quilombola de Monge Belo é uma das 168 do Estado do Maranhão que aguarda a titulação do seu território.

O Ministério reconhece que conceder oficialmente a posse aos territórios tradicionais quilombolas é essencial para trazer segurança jurídica e estancar os conflitos fundiários que frequentemente produzem ameaças, riscos e vulnerabilidade para as lideranças quilombolas.

"É fundamental neste momento que a assistência disponível seja concedida aos familiares de José Alberto, as investigações sejam conduzidas de forma célere e diligente, a fim de que os autores do crime sejam responsabilizados nos termos da lei, e que se avance na titulação do território quilombola de Monge Belo".

Com cordiais,
Saudações Fastianas!
Teófilo Benarrós de Mesquita

Comentários