[DIREITOS HUMANOS] - Pela luta das domésticas, Creuza Oliveira recebe título honoris causa

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Foto: Redes Sociais - Reprodução
São Paulo/SP - “Esse título e essa honraria não é só de Creuza, mas é da nossa luta histórica”. É assim que a sindicalista Creuza Oliveira, 66 anos, refere-se ao título de doutor honoris causa da UFBA (Universidade Federal da Bahia) recebido por ela na última sexta-feira (24/11).

Em entrevista à jornalista Mara Régia, apresentadora do programa Viva Maria, da Rádio Nacional da Amazônia, Creuza destacou a luta da categoria e reverenciou outras lutadoras em defesa de dignidade e direitos das domésticas.

“A primeira organização [de trabalhadoras domésticas] foi na década de 30, 1936, por dona Laudelina de Campos Melo e, de lá pra cá, muitas outras mulheres continuaram na luta como Nair Jane [de Castro Lima], Lenira Carvalho, Mila Cordeiro, Isabel Cleiton, várias mulheres. Esse título, pra mim, é a representação de toda essa luta histórica da nossa categoria, luta por direito, por dignidade, pela cidadania, pelas políticas públicas para as trabalhadoras domésticas”, destacou.

Atualmente, Creuza é presidenta de honra da Fenatrad (Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas), secretária de Formação Sindical e de Estudos do Sindoméstico/BA (Sindicato dos Trabalhadores Domésticos da Bahia) e coordenadora-geral do IEC (Instituto 27 de Abril).

O grupo que preparou o memorial sobre Creuza Oliveira para a análise da concessão do título foi coordenado pela professora Elisabete Pinto, do IPS (Instituto de Psicologia) da UFBA.

Participaram também a professora e pesquisadora visitante emérita da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Mary Garcia Castro; José Ribeiro, representante da OTI (Organização Internacional do Trabalho); a deputada estadual Olívia Santana; o jornalista Pedro Castro; Renato Resende, juiz do Trabalho); Patrícia Carla Zucoloto e Mariana da Cruz Silva, ambas do IPS/UFBA, entre outros.

"Creuza de Oliveira é uma intelectual orgânica que conseguiu organizar as mulheres negras de todo Brasil em torno da questão laboral. Poucos doutores conseguem que o conhecimento produzido por eles na academia tenha um impacto social e possa transformar vidas. Creuza é doutora porque logrou conquistar os direitos humanos das trabalhadoras domésticas. A UFBA compreende a sua importância na luta”, disse Elisabete Pinto, coordenadora do memorial, em entrevista ao site da Secretaria de Promoção de Igualdade Racial do governo da Bahia.

Ouça a entrevista na íntegra, na Rádio Nacional da Amazônia.
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