Felipe Pontes
Foto: Fernando Frazão
Agência Brasil de Comunicação
www.agenciabrasil.ebc.gov.br
Brasília/DF - Referência do pensamento econômico desenvolvimentista, a economista Maria da Conceição Tavares morreu neste sábado (08/06) aos 94 anos, em Nova Friburgo/RJ, onde morava com a família.
A causa da morte não foi divulgada. Ela deixa dois filhos, Laura e Bruno, dois netos, Ivan e Leon, e o bisneto Théo.
A economista se notabilizou pela defesa de uma sociedade mais justa e solidária e formou diversas gerações de economistas na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e na Unicamp (Universidade de Campinas), incluindo nomes como a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-senador José Serra, entre muitos outros.
Nascida em 1930 em Anadia, no distrito de Aveiro, em Portugal, ela migrou para o Brasil em meio à ditadura salazarista, em 1954, estabelecendo-se no Rio de Janeiro.
Naturalizou-se brasileira em 1957 e, em terras brasileiras, desenvolveu uma extensa carreira como Economista, sendo influenciada pelo pensamento de Celso Furtado, Caio Prado Jr. e Ignácio Rangel.
No X, o presidente Luis Inácio Lula da Silva lamentou a morte de Maria da Conceição Tavares.
“Tive o prazer e a honra de conviver e conversar muito com minha amiga ao longo dos anos, debatendo o Brasil e os nossos desafios sociais e econômicos no Instituto Cidadania, em conversas no Rio de Janeiro ou em viagens pelo Brasil”, escreveu o presiddenta da República.
“Nesse momento de despedida, meus sentimentos aos familiares, em especial aos filhos, aos muitos amigos, alunos e admiradores de Maria da Conceição Tavares”, acrescentou Lula.
Maria da Conceição participou da elaboração do plano de metas do governo Juscelino Kubitschek e se destacou nos estudos sobre substituição das importações, tendo trabalhado na Cepal (Comissão Econômica para América Latina).
Publicou centenas de artigos e dezenas de livros, dentre os quais textos clássicos e considerados obrigatórios nos cursos de Economia, como o famoso “Auge e Declínio do Processo de Substituição de Importações no Brasil - Da Substituição de Importações ao Capitalismo Financeiro”, em 1972. Ganhou o Prêmio Jabuti 1998, na categoria Economia.
Nos últimos anos, ganhou fama entre jovens nas redes sociais, com o compartilhamento de vídeos de entrevistas e aulas em que faz discursos enérgicos, em seu estilo franco e despudorado, sobre o processo de industrialização nacional.
Ela criticava, por exemplo, a política econômica do regime militar no Brasil. Foi presa por agentes da Ditadura, por 48 horas, em 1974.
Teve grande influência sobre a elaboração do Plano Cruzado, no governo de José Sarney, e chegou a se emocionar durante entrevista em rede nacional de TV ao dizer que o plano foi o primeiro programa anti-inflacionário a não prejudicar o trabalhador.
Sempre buscou se posicionar, distanciando-se da neutralidade. Foi uma das principais conselheiras econômicas do PMDB no período pré-redemocratização, sob a liderança de Ulysses Guimarães.
Após a morte deste, filiou-se ao PT, partido pelo qual se elegeu deputada federal (1995-1999).
Neste ano, ela foi homenageada pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), onde trabalhou, no contexto do Dia Internacional da Mulher.
“Ela foi muito importante para minha geração, para a luta pela democracia, para a discussão de um projeto nacional de desenvolvimento”, disse o presidente do banco público, Aloizio Mercadante, na ocasião.
Foto: Fernando Frazão
Agência Brasil de Comunicação
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Brasília/DF - Referência do pensamento econômico desenvolvimentista, a economista Maria da Conceição Tavares morreu neste sábado (08/06) aos 94 anos, em Nova Friburgo/RJ, onde morava com a família.
A causa da morte não foi divulgada. Ela deixa dois filhos, Laura e Bruno, dois netos, Ivan e Leon, e o bisneto Théo.
A economista se notabilizou pela defesa de uma sociedade mais justa e solidária e formou diversas gerações de economistas na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e na Unicamp (Universidade de Campinas), incluindo nomes como a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-senador José Serra, entre muitos outros.
Nascida em 1930 em Anadia, no distrito de Aveiro, em Portugal, ela migrou para o Brasil em meio à ditadura salazarista, em 1954, estabelecendo-se no Rio de Janeiro.
Naturalizou-se brasileira em 1957 e, em terras brasileiras, desenvolveu uma extensa carreira como Economista, sendo influenciada pelo pensamento de Celso Furtado, Caio Prado Jr. e Ignácio Rangel.
No X, o presidente Luis Inácio Lula da Silva lamentou a morte de Maria da Conceição Tavares.
“Tive o prazer e a honra de conviver e conversar muito com minha amiga ao longo dos anos, debatendo o Brasil e os nossos desafios sociais e econômicos no Instituto Cidadania, em conversas no Rio de Janeiro ou em viagens pelo Brasil”, escreveu o presiddenta da República.
“Nesse momento de despedida, meus sentimentos aos familiares, em especial aos filhos, aos muitos amigos, alunos e admiradores de Maria da Conceição Tavares”, acrescentou Lula.
Maria da Conceição participou da elaboração do plano de metas do governo Juscelino Kubitschek e se destacou nos estudos sobre substituição das importações, tendo trabalhado na Cepal (Comissão Econômica para América Latina).
Publicou centenas de artigos e dezenas de livros, dentre os quais textos clássicos e considerados obrigatórios nos cursos de Economia, como o famoso “Auge e Declínio do Processo de Substituição de Importações no Brasil - Da Substituição de Importações ao Capitalismo Financeiro”, em 1972. Ganhou o Prêmio Jabuti 1998, na categoria Economia.
Nos últimos anos, ganhou fama entre jovens nas redes sociais, com o compartilhamento de vídeos de entrevistas e aulas em que faz discursos enérgicos, em seu estilo franco e despudorado, sobre o processo de industrialização nacional.
Ela criticava, por exemplo, a política econômica do regime militar no Brasil. Foi presa por agentes da Ditadura, por 48 horas, em 1974.
Teve grande influência sobre a elaboração do Plano Cruzado, no governo de José Sarney, e chegou a se emocionar durante entrevista em rede nacional de TV ao dizer que o plano foi o primeiro programa anti-inflacionário a não prejudicar o trabalhador.
Sempre buscou se posicionar, distanciando-se da neutralidade. Foi uma das principais conselheiras econômicas do PMDB no período pré-redemocratização, sob a liderança de Ulysses Guimarães.
Após a morte deste, filiou-se ao PT, partido pelo qual se elegeu deputada federal (1995-1999).
Neste ano, ela foi homenageada pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), onde trabalhou, no contexto do Dia Internacional da Mulher.
“Ela foi muito importante para minha geração, para a luta pela democracia, para a discussão de um projeto nacional de desenvolvimento”, disse o presidente do banco público, Aloizio Mercadante, na ocasião.
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