Prefeito de Palmas/TO na mira da Polícia Federal, na Operação Sisamnes

Felipe Pontes
Agência Brasil de Comunicação
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Foto: Benhur de Souza - Assembléia Legislativa de Tocantins
Brasília/DF - A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta sexta-feira (30/05) a 9ª Fase da Operação Sisamnes, que apura a venda de decisões em judiciários estaduais e no STJ (Superior Tribunal de Justiça), bem como o vazamento de informações sigilosas sobre investigações.

Nesta fase, buscas e apreensões foram realizadas em endereços ligados ao prefeito de Palmas/TO, Eduardo Siqueira Campos, que teve o passaporte apreendido e foi proibido de deixar o país.

Os agentes estiveram também na prefeitura da capital do Tocantins.

Todas as medidas foram autorizadas pelo ministro Cristiano Zanin, do STF, relator do inquérito sobre o caso.

Em nota, a PF disse que “os alvos das operações teriam tido acesso antecipado a detalhes de operações policiais, comprometendo a eficácia das medidas judiciais que seriam implementadas”.

De acordo com as investigações, teriam sido prejudicadas apurações contra juízes e advogados do Tocantins.

Zanin , no entanto, autorizou diligências pedidas pela PF para apurar o suposto tratamento privilegiado ao advogado Thiago Marcos Barbosa, preso em fase anterior da Sisamnes.

Ele é sobrinho do governador Wanderlei Barbosa, que na ocasião negou qualquer envolvimento e disse não ser investigado.

O advogado teria sido um dos beneficiados pelo vazamento de informações do STJ, após ter sido alertado por Campos, segundo interceptações telefônicas feitas com autorização judicial.

A PF pediu a prisão preventiva de Campos, medida que obteve o aval da PGR (Procuradoria-Geral da República), mas não foi autorizada por Zanin.

Nesta sexta-feira (30/05), em entrevista transmitida por emissoras locais, o prefeito Eduardo Siqueira Campos disse ser “fonte de muita gente” e que teve as informações sobre processos no STJ por meio de advogado regularmente constituído.

“Eu só sei o que dizem por aí. Eu não tenho nenhuma informação privilegiada. Estou aqui para responder em relação a suposto vazamento de informação perante o STJ. Eu não tenho fonte no STJ, não é meu papel”, afirmou o prefeito.

A Operação Sisamnes teve como origem a investigação do assassinato de um advogado no Mato Grosso.

Ao analisar o celular da vítima, os policiais encontraram informações indicando a venda de sentenças em diferentes tribunais, abrindo diversas frentes de investigação, incluindo no STJ.

Em ocasião anterior, durante fase que teve como alvo servidores do Tribunal, o STJ divulgou nota na qual negou que ministros tivessem conhecimento de qualquer eventual irregularidade cometida por integrantes de seus gabinetes.

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