Justiça marca audiências do processo criminal de Brumadinho

Rafael Cardoso
Foto: Antônio Cruz
Agência Brasil de Comunicação
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Rio de Janeiro/RJ - A Justiça Federal em Belo Horizonte/MG definiu o calendário de audiências de instrução sobre o caso do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, no município de Brumadinho/MG, em janeiro de 2019.

A lama destruiu parte da cidade mineira e 272 pessoas morreram soterradas. A avalanche de rejeitos alcançou o Rio Paraopebas e atingiu outros municípios.

Com a rejeição das tentativas das defesas dos 15 réus de anular o processo, as audiências ocorrerão entre Fevereiro de 2026 e Maio de 2027. Nesta fase do processo, serão ouvidas testemunhas e acusados pelas mortes.

A decisão mantém o desmembramento dos processos, estabelecido em 2023, com uma ação voltada aos homicídios qualificados e duas outras dedicadas aos crimes ambientais atribuídos à Vale, operadora da barragem, e à consultora TÜV SÜD.

As primeiras testemunhas a serem ouvidas serão familiares de vítimas fatais. Entre elas Nayara Cristina Dias Porto, presidente da Avabrum (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos).

Também prestarão depoimentos sobreviventes, bombeiros, engenheiros, peritos e testemunhas estrangeiras, com apoio de intérpretes.

Os interrogatórios dos réus estão marcados para ocorrer entre Março e Maio de 2027, com parte deles sendo realizada por carta rogatória para os acusados que vivem fora do país.

As audiências acontecerão no Tribunal Regional Federal da 6ª Região, em Belo Horizonte/MG.

Para a Avabrum, a decisão representa um marco na luta por justiça após anos de impasses e manobras jurídicas. Segundo Nayara Porto, o momento simboliza esperança e resistência para as famílias das vítimas.

“A definição das audiências é uma vitória de todos que têm resistido desde 2019 para que a verdade venha à tona e os responsáveis sejam julgados”, afirma.

“Esperamos que o cronograma seja respeitado e que a Justiça finalmente reconheça o tamanho da dor e das perdas que sofremos. Cada passo nesse processo é um ato de memória e de compromisso com as 272 vidas que foram ceifadas em Brumadinho”, acrescenta Nayara.


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