Brasil tem 17 casos confirmados de intoxicação por metanol; 200 estão em investigação

Luiz Cláudio Ferreira
Agência Brasil de Comunicação
www.agenciabrasil.ebc.gov.br
Foto: Universidade Federal do Paraná
Brasília/DF - O Ministério da Saúde anunciou que recebeu 217 notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Desse total, 17 casos foram confirmados e 200 estão em investigação.

O boletim mais recente com atualização dos casos foi divulgado na noite desta segunda-feira (06/10).

São Paulo concentra a maioria dos casos: 82,49% das notificações, com 15 casos confirmados e 164 em investigação. Além de São Paulo, o Paraná teve 2 casos confirmados e 4 estão em investigação.

Há outras investigações em 12 estados: Acre (1), Ceará (3), Espírito Santo (1), Goiás (3), Minas Gerais (1), Mato Grosso do Sul (5), Paraíba (1), Pernambuco (10), Piauí (3), Rio de Janeiro (1), Rondônia (1) e Rio Grande do Sul (2).

Em relação às mortes, 2 ocorreram em São Paulo e 12 seguem em investigação (1 caso no Mato Grosso do Sul, 3 em Pernambuco, 6 em São Paulo, 1 na Paraíba e 1 no Ceará).

Em entrevista nesta segunda-feira (06/10), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o Governo Federal pretende ajudar o Estado de São Paulo para que tenha mais celeridade na confirmação dos casos de contaminação por metanol, por ingestão de bebidas alcoólicas.

Segundo o ministro, 2 laboratórios serão referência para os exames: um na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e outro da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

O ministro anunciou parceria formal com a Unicamp, que tem a estrutura do CiaTOX (Centro de Informação e Assistência Toxicológica), com capacidade para realizar cerca de 190 exames por dia.

“Esses exames podem, por exemplo, ajudar a resolver a dúvida sobre casos confirmados no Estado de São Paulo, que é onde se concentra, [onde há] uma brutal concentração dos casos”, disse o ministro.

A Unicamp pode, segundo o ministro, receber amostras de outros Estados que eventualmente queiram usar a estrutura como referência para resolver a situação de caso confirmado ou não.

Além da Unicamp, o ministro anunciou que a Fundação Oswaldo Cruz, do Ministério da Saúde, também vai colocar um laboratório à disposição não só de São Paulo, mas de outros Estados “com algum tipo de dificuldade para realizar o exame de detecção do metanol para confirmação ou não”.

Com o intuito de agilizar os diagnósticos, o ministro recomendou que os profissionais de saúde devem fazer a notificação de cada suspeita. “Não tem que esperar a confirmação do caso para começar o tratamento”.

No sábado (04/10), o ministério da Saúde anunciou a aquisição de mais 12 mil ampolas de etanol farmacêutico e 2,5 mil unidades de fomepizol para o estoque estratégico do SUS (Sistema Único de Saúde) para os casos de intoxicação por metanol pelo consumo das bebidas alcoólicas adulteradas.

Em relação ao Fomepizol, o ministro disse que o produto deve chegar nesta semana. O antídoto vai ficar concentrado no centro de referência de cada Estado. “A gente está garantindo um grande estoque estratégico por precaução”.

Os 2 antídotos (Etanol e Fomepizol), segundo o Ministério da Saúde, podem ser utilizados na suspeita de intoxicação.

O Governo ainda acrescenta que a utilização dos medicamentos deve ser feita exclusivamente sob prescrição e monitoramento médico.

A aquisição de 2,5 mil tratamentos do Fomepizol foi viabilizada em parceria com o Fundo Estratégico da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) junto a um fabricante do Japão, que mantém estoques nos Estados Unidos.


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