Ameaçada de desertificação, Caatinga terá área recuperada

Fabíola Sinimbú
Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom
Agência Brasil de Comunicação
www.agenciabrasil.ebc.gov.br
Brasília/DF - Importante sumidouro de Gás Carbônico e com enorme capacidade de infiltrar água no solo e garantir a recarga de aquíferos no semiárido brasileiro, a Caatinga é o Bioma mais ameaçado pela desertificação.

A recuperação de 10 milhões de hectares de terras degradadas do Bioma é uma das principais metas PAB-Brasil (Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca), lançado na terça-feira (16/07), em Brasília/DF.

Apresentado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o Plano prevê 175 iniciativas focadas em combater à desertificação e recuperar terras degradadas em todos os Biomas até 2045.

“Com isso, queremos alavancar todo o processo de restauração socioprodutiva, assegurando a recuperação do solo degradado, da recomposição vegetal, da disponibilidade de água, da produção de alimentos saudáveis, da geração de trabalho e emprego e de outros serviços ecossistêmicos”, afirmou o diretor do Departamento de Combate à Desertificação do Ministério, Alexandre Pires.

De acordo com as Nações Unidas, a degradação ambiental causada pelo mal uso do solo e a seca intensificada pelas mudanças climáticas são as principais causas da desertificação, que é a perda da capacidade produtiva da terra.

As regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas são as mais ameaçadas, mas em todo o mundo 75% da população pode ser atingida nas próximas décadas.

No Brasil, segundo estudo divulgado em Junho pela Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), a desertificação ameaça a capacidade produtiva do solo de 18% do território nacional.

Na área, concentrada principalmente na Região Nordeste, vivem 39 milhões de pessoas.

Além da Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica já vivem sob ameaça e, de acordo com relatório apresentado no lançamento do PAB-Brasil, pela primeira vez foram identificadas áreas suscetíveis à desertificação no Pantanal.

Diante disso, todos os Povos Indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares foram incluídos no cadastro de PSA (Pagamento por Serviços Ambientais), uma política pública de promoção do desenvolvimento sustentável, que remunera quem promove a conservação e a melhoria ambiental.

“Somente juntos vamos avançar no combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca”, destacou a secretária nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério, Edel Moraes.

Entre as iniciativas previstas no PAB-Brasil, estão a construção do SAP (Sistema de Alerta Precoce de desertificação e Seca); o apoio financeiro para elaboração dos Planos Estaduais de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca, a criação de unidades de conservação e a conectividade da paisagem por meio de recuperação da vegetação nativa.

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