1938 - Uma Copa Tensa na França
Teófilo Benarrós de Mesquita
A França foi escolhida como sede da terceira Copa do Mundo da Fifa, em Berlim, no dia em que se encerravam as Olimpíadas da cidade, em 1936. Dos 54 países filiados à Fifa, 40 votaram.
Os franceses tiveram como concorrente a Argentina, que alegava a alternância dos continentes para organizar o Mundial em seu país. Mas a Copa ficou de novo na Europa, e em boicote, a Argentina se recusou a participar.
Brasil e Cuba foram os únicos países de todas as Américas a se inscreverem nas Eliminatórias e por isso acabaram classificadas automaticamente.
No continente asiático, as Ilhas Holandesas, atual Indonésia, também não teve concorrentes nas Eliminatórias.
Os indonésios foram representados por uma seleção que tinha chineses, malaios, javaneses, holandeses e... indonésios!
Além dos boicotes, a situação era tensa em todo o planeta, no período pré-Segunda Guerra Mundial, que eclodiria no ano seguinte, 1939, forçando inclusive o cancelamento das Copas de 1942 e 1946.
Como consequência da Guerra, dos 16 países classificados nas Eliminatórias, apenas 15 tomaram parte da competição, ocasionando um surrealista WO, caso único na história dos Mundiais.
É que a Áustria fora anexada pela Alemanha em 11 de março de 1938, pouco antes do início do Mundial, ficando impedida de participar da Copa, embora tivesse programado um jogo, contra a Suécia, previsto para o dia 5 de junho.
Os alemães, inclusive, utilizaram os principais jogadores austríacos no Mundial, para reforçar sua seleção, que terminou apenas em décima lugar.
Os efeitos da Guerra eram muitos sentidos no futebol. A Áustria, por exemplo, perdeu seu melhor jogador, talvez de todos os tempos, Mathias Sindelar, que se suidicou em 1939, amargurado com a invasão alemã ao seu país, no ano anterior, que dentre outras consequências causou a morte de sua esposa.
O regulamento de 1934, com jogos eliminatórios desde a Primeira Fase, foi repetido na Copa da França, que registrou a primeira grande zebra dos Mundiais, com Cuba eliminando a Romênia, nas oitavas de finais, em jogo desempate.
O Brasil chegou à semifinal, contra a campeã de 1934, a Itália, muito mais temida pelos fatores extra-campo do que propriamente por seu futebol.
Vindo de um jogo desempate, quando eliminou a Tchecoslováquia, vice-campeã de 1934, o treinador brasileiro, Ademar Pimenta, resolveu 'poupar' nosso melhor jogador, Leônidas da Silva, já visando a final do Mundial.
Mas Ademar Pimenta se 'esqueceu' que para chegar à final tinha antes que vencer a Itália, e assim, com o time enfraquecido, o Brasil perdeu a chance de disputar o seu primeiro título, perdendo para a Itália por 2 a 1, em um jogo duríssimo.
Na decisão do terceiro lugar, novamente com Leônidas no time, o Brasil goleou a Suécia por 4 a 2 e obteve a sua melhor classificação, até então.
A Itália, disputando sua segunda final consecutiva, também goleou, também por 4 a 2, a Hungria, tornando-se bicampeã mundial de futebol, para alegria de Mussolini e do Partido Facista Nacional, que era até nome de estádio, na cidade de Roma, na Itália.
Em contraste com essa falsa alegria, Jules Rimet amargaria um período de oito anos de tristeza, em razão do cancelamento dos Mundiais de 1942 e 1946, que seriam disputados, provavelmente, no Brasil e na Alemanha, respectivamente.
A Copa do Mundo na França, em 1938, foi disputada de 4 a 19 de junho, com 15 seleções participantes, 18 jogos disputados e 84 gols marcados, proporcionando a média de 4,7 por partida.
O brasileiro Leônidas da Silva foi o artilheiro, com 8 gols. Silvio Piola, da Itália, foi escolhido o Craque da Copa. O meia Meazza, capitão da Itália, foi o jogador que ergueu o troféu.
Na próxima postagem: em sua segunda participação, o Uruguai conquista o bicampeonato
Teófilo Benarrós de Mesquita
A França foi escolhida como sede da terceira Copa do Mundo da Fifa, em Berlim, no dia em que se encerravam as Olimpíadas da cidade, em 1936. Dos 54 países filiados à Fifa, 40 votaram.
Os franceses tiveram como concorrente a Argentina, que alegava a alternância dos continentes para organizar o Mundial em seu país. Mas a Copa ficou de novo na Europa, e em boicote, a Argentina se recusou a participar.
Brasil e Cuba foram os únicos países de todas as Américas a se inscreverem nas Eliminatórias e por isso acabaram classificadas automaticamente.
No continente asiático, as Ilhas Holandesas, atual Indonésia, também não teve concorrentes nas Eliminatórias.
Os indonésios foram representados por uma seleção que tinha chineses, malaios, javaneses, holandeses e... indonésios!
Além dos boicotes, a situação era tensa em todo o planeta, no período pré-Segunda Guerra Mundial, que eclodiria no ano seguinte, 1939, forçando inclusive o cancelamento das Copas de 1942 e 1946.
Como consequência da Guerra, dos 16 países classificados nas Eliminatórias, apenas 15 tomaram parte da competição, ocasionando um surrealista WO, caso único na história dos Mundiais.
É que a Áustria fora anexada pela Alemanha em 11 de março de 1938, pouco antes do início do Mundial, ficando impedida de participar da Copa, embora tivesse programado um jogo, contra a Suécia, previsto para o dia 5 de junho.
Os alemães, inclusive, utilizaram os principais jogadores austríacos no Mundial, para reforçar sua seleção, que terminou apenas em décima lugar.
Os efeitos da Guerra eram muitos sentidos no futebol. A Áustria, por exemplo, perdeu seu melhor jogador, talvez de todos os tempos, Mathias Sindelar, que se suidicou em 1939, amargurado com a invasão alemã ao seu país, no ano anterior, que dentre outras consequências causou a morte de sua esposa.
O regulamento de 1934, com jogos eliminatórios desde a Primeira Fase, foi repetido na Copa da França, que registrou a primeira grande zebra dos Mundiais, com Cuba eliminando a Romênia, nas oitavas de finais, em jogo desempate.
O Brasil chegou à semifinal, contra a campeã de 1934, a Itália, muito mais temida pelos fatores extra-campo do que propriamente por seu futebol.
Vindo de um jogo desempate, quando eliminou a Tchecoslováquia, vice-campeã de 1934, o treinador brasileiro, Ademar Pimenta, resolveu 'poupar' nosso melhor jogador, Leônidas da Silva, já visando a final do Mundial.
Mas Ademar Pimenta se 'esqueceu' que para chegar à final tinha antes que vencer a Itália, e assim, com o time enfraquecido, o Brasil perdeu a chance de disputar o seu primeiro título, perdendo para a Itália por 2 a 1, em um jogo duríssimo.
Na decisão do terceiro lugar, novamente com Leônidas no time, o Brasil goleou a Suécia por 4 a 2 e obteve a sua melhor classificação, até então.
A Itália, disputando sua segunda final consecutiva, também goleou, também por 4 a 2, a Hungria, tornando-se bicampeã mundial de futebol, para alegria de Mussolini e do Partido Facista Nacional, que era até nome de estádio, na cidade de Roma, na Itália.
Em contraste com essa falsa alegria, Jules Rimet amargaria um período de oito anos de tristeza, em razão do cancelamento dos Mundiais de 1942 e 1946, que seriam disputados, provavelmente, no Brasil e na Alemanha, respectivamente.
A Copa do Mundo na França, em 1938, foi disputada de 4 a 19 de junho, com 15 seleções participantes, 18 jogos disputados e 84 gols marcados, proporcionando a média de 4,7 por partida.
O brasileiro Leônidas da Silva foi o artilheiro, com 8 gols. Silvio Piola, da Itália, foi escolhido o Craque da Copa. O meia Meazza, capitão da Itália, foi o jogador que ergueu o troféu.
Na próxima postagem: em sua segunda participação, o Uruguai conquista o bicampeonato
é show essa reportagem
ResponderExcluirtu não me conhece mais eu tbm me chamo Teófilo.
vlw
Valeu xará. E espero que tu continues a visitar o Blog.
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