Da Assessoria de Imprensa da Semdej
Fotos de Antonio Lima/Semdej
Um dos eventos mais divertidos do esporte na cidade de Manaus teve a sua décima nona edição encerrada na noite do último sábado (4), na quadra da Chapada (Av. Constantino Nery). A Superliga Gay de Vôlei, única competição oficial voltada para os homossexuais existente no Brasil, teve o apoio da Prefeitura de Manaus (por intermédio da Secretaria Municipal do Desporto e Lazer, a Semdej). A grande campeã foi a equipe da Sérvia, em uma partida marcada pela descontração e pela forte participação da torcida da outra finalista, a Romênia.
Como já deu pra perceber, a Europa dominou o pódio da competição neste ano. Na disputa do terceiro lugar, a Rússia não tomou conhecimento do Brasil e venceu a partida por 3 a 0, com parciais de 25 a 21, 25 a 20 e 25 a 22. E se a equipe russa de verdade conta com a Gamova, a versão manauense também tem sua estrela.
Mas se a atacante russa, recentemente eleita a melhor do mundo, ainda promete dar muito trabalho às brasileiras, o capitão Daniel “Imperatriz Amazonense” pendurou as joelheiras em definitivo. “Eu já jogo há 11 anos na Liga, e estou me aposentando agora. Já ganhei tudo o que eu tinha para ganhar e já conquistei meus objetivos dentro do vôlei”, contou o camisa 1 do time russo, que também lembrou de sua forte história com a equipe e a Liga gay. “Sou fundador da Rússia e o time surgiu pelo preconceito encontrado nas grandes equipes do Estado do Amazonas, mesmo motivo pelo qual a competição nasceu e hoje tem o status que tem”, completou o atleta.
Depois do jogo entre Brasil e Rússia, entraram em quadra as equipes finalistas. A partida entre Sérvia e Romênia era muito aguardada pelas 400 pessoas que lotaram o local, não só pelas jogadas, mas principalmente pela irreverência dos dois times. De um lado, a Sérvia e seus jogadores trajando shortinhos colados e meias até o joelho, tal qual as estrelas da Seleção Feminina. Do outro, a Romênia era um caso à parte. Cada jogador tinha uma expressão em inglês curiosa escrita no short, como “Kiss me” (Beije-me) e “Squeeze me” (aperte-me).
Foi uma partida intensa, mesmo com o placar de 3 a 0. O primeiro e o segundo set foram bastante demorados, com os times fazendo pontos “lá e cá”. No derradeiro set, o talento do time sérvio prevaleceu, especialmente de Cindy, escolhida a melhor atacante da competição. A bola de segunda do levantador Rivelino em 21 a 18 no terceiro set abriu o caminho para a vitória, e o ataque para fora do “romeno” Kleber selou o título da Sérvia. Depois, foi só comemorar. “Não foi uma campanha impecável, mas nos colocamos dentro de quadra para fazer o melhor possível, e o impossível. Durante todo o campeonato nós perdemos apenas um set, para a Espanha, e isso mostra o nosso comprometimento”, disse Rivelino, levantador do time e detentor de sete títulos da Liga Gay (seis pela Coréia e um pela Sérvia).
O secretário municipal do Desporto e Lazer, Fabrício Lima, ressaltou a importância da Superliga Gay no calendário de competições oficiais apoiadas por ele. “Desde o ano passado a Prefeitura acredita no evento, e isso mostra que nós não temos preconceito e que acreditamos no esporte, acima de tudo. Se quisermos transformar Manaus na capital brasileira da prática esportiva, temos que investir em todas as modalidades, independente de cor, credo, religião ou orientação sexual. Vencer o preconceito é a maior barreira, mas a Secretaria faz o seu melhor e existe para levar o esporte para todo mundo”, afirmou Lima.
Durante a cerimônia de premiação, onde o time vencedor levou R$ 1000 para casa e o troféu Arco-Íris, o coordenador do evento, Daniel Coelho, fez um desabafo emocionado, agradecendo o apoio da Prefeitura e as pessoas envolvidas direta ou indiretamente com o evento. “É a minha primeira gestão como coordenador da Liga, e eu quis trazer uma competição mais alegre e menos fechada. É uma festa linda, que só mostra a força do voleibol gay em Manaus, e que isso possa servir de exemplo pros outros Estados”, afirmou Daniel, que ainda falou sobre as provocações vistas em quadra, garantia de diversão para os presentes. “A provocação é permitida dentro da quadra, porém com limites. Fora, são todos amigos Se a jogadora ofender a rival de maneira muito grave, ela é suspensa por até dois anos. Está tudo previsto no regulamento da competição”, encerrou.
O sucesso e a qualidade técnica dos jogadores é tanta que eles vão montar um time para disputar o campeonato amazonense.
Com cordiais
Saudações Fastianas!
Teófilo Benarrós de Mesquita
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