[DIÁRIO DE VIDA] - Final de Semana de Bênções

Teófilo Benarrós de Mesquita e
Carla Alessandra Mesquita


São Paulo/SP - Amanheci o sábado, involuntariamente, com um refrão na cabeça. "Tudo é do Pai, toda Honra e toda Glória, é Dele a Vitória, alcançada em sua vida...". É muito engraçado, pois esse trecho talvez seja o único que sei decorado das dezenas de músicas do Pe. Fábio de Mello. Acordamos às 8h50 locais, 7h50 Manaus.

Comentei com a Carla as palavras/versos que martelavam minha cabeça e, de repente, me dei conta que teríamos uma agenda incluíndo Aparecida e Canção Nova, em Cachoeira Paulista.

Tomamos café com o papai, no hotel, pegamos a mochila, previamente arrumada na véspera e... Estrada. Na portaria de hotel, de bobeira, estava o Isaías, a quem não conhecíamos. O papai perguntou qual o terminal rodoviário que deveríamos ir, para seguir até Aparecida. Ele explicou que seria o Tietê e logo descobrimos que ele era um taxista que presta serviço a hóspedes do Cardim Plaza.

Na conversa até a Rodoviária do Tietê, descobrimos que Isaías é pernambucano de Caruaru, radicado há alguns anos em Sampa e um verdadeiro `amazonólogo`, ou pelo menos um `manauara de coração`. Falou com desenvoltura dos bairros Compensa, Aleixo, Aparecida, Parque Dez e São Jose, onde tem clientes que usam seus serviços em São Paulo.

Citou a matrinchã sem espinha com farinha do Uarini com a boca cheia d`água, embora tenha revelado que nunca provou a iguaria. Ele foi gente fina e nos deixou num local bem próximo ao elevador, para facilitar a vida da Carlinha.

Já no portão de embarque cometi uma Leseira Baré na Terra da Garoa. A guia de horários dos remédios da Carlinha, que fiz ainda em Manaus, está com os horários de nossa terrinha. Assim, estava dando o remédio das 11h00 (meio-dia de SP) quando um rapaz surgiu no portão, pelo lado da plataforma do ônibus e disparou a pergunta: "Mais alguém para São Sebastião, 11h30".

"Putz", pensei, "o embarque é feito com meia hora de antecedência! E agora? Será que perdemos o ônibus?". Me aproximei de uma mulher, a primeira da fila e perguntei: "A senhora também vai para Aparecida, no ônibus das 11 horas?". Espantada, ela respondeu: "O de onze já saiu faz tempo. Vou no de meio-dia..."

Refeito do susto, comecei a rir sozinho e, aliviado, expliquei à senhora a questão do fuso horário, dos remédios seguindo o horário de Manaus e da confusão que o rapaz criou em minha cabeçaa chamando passageiros para uma viagem que estava atrasada. Quem estava perto e escutou o diálogo, inclusive uma senhora sentada ao lado da Carlinha, também esperando o embarque, riu muito da situação.

Abro um parêntese para dizer que essa senhora 'primeira da fila', nada tinha de 'primeira da fila', porque quando abriu o embarque foi uma confusão de gente passando na frente de gente. Me senti normal, como se estivesse em Manaus...

Marcada para as 12h00, a viagem sofreu atraso. Saímos rumo a Aparecida `apenas` as 12h01. Me senti no Primeiro Mundo. Passamos por São José dos Campos, Caçapava, Taubaté, Pindamonhagaba (carinhosamente chamada por Pinda, por passageiros e motorista) e Roseira.

Papai e Carlinha cochilaram rapidamente na viagem. Eu nãoo consegui e aproveitei para ler o Capítulo 3 do livro `As Aventuras da Blitz`, adquirido em São Paulo, cujo processo de compra vai render, dentro de poucas horas, uma postagem própria no Blog do Teófilo. Aguardem!

Em Aparecida, após o desembarque, atravessamos uma feira, que antigamente era de artesanato, mas hoje virou camelódromo, com todos os tipos de produtos, até mesmo tênis de famosas marcas, `direto da fábrica`, entre 25 e 45 reais.

Chegamos ao hotel Fernandes, que só tinha quartos grandes, segundo a proprietária, Dona Léia, com sete camas de solteiros. Ela então nos indicou e nos conduziu até o estabelecimento de seu irmão, João, um `caipira` gente boa. Nos ajeitamos no Paris Palace Hotel, na rua João Alves, 156. Hotel simples, seguindo o exemplo da cidade, com TV sem cabo, sem ar-condicionado (nao precisou, ainda bem) e sem internet. Porém, satisfatório para a pernoite.

Almoçamos preocupados com um aviso colado na parede: "O DESPERDÍCIO SERÁ $COBRADO$. Pedimos dois frangos e uma carne, mas o que nos foi servido alimentaria, tranquilamente, sete pessoas, incluindo meu cunhado Karlos Kleber, meu co-cunhado Ailton e o primo Fábio Pinto. (Nota dos Autores: informação auto-explicativa para quem conhece os três... E também para quem não os conhecem).

Sossegamos quando a filha do dono do hotel, Fabiana, nos tranquilizou quanto ao aviso. Por precauçãoo, no jantar, pedimos que reduzissem as porções. Mesmo assim houve sobra para, pelo menos, duas pessoas, assim do porte do nosso primo David Queiroz. (Idem: idem... Idem).

Apos o almoço, passeamos pela 'rua-camelódromo' de frente do hotel, onde compramos dois vestidos para a Carla, de fácil vestir, mais caro do que o par de tênis 'direto da fábrica', enquanto papai ia a Rodoviária, comprar as passagens de volta para São Paulo.

Daí há pouco, subimos a dolorosa passagem de acesso para a Basílica de Aparecida, para rezarmos. Chegamos ao Santuário por volta das 17h15, no final da Missa das 16 horas. Fizemos nossas primeiras orações e fomos 'vítimas' de uma agradabilíssima surpresa, praticamente uma bênção na vida da Carlinha, que vou relatar na próxima postagem.

Um beijo a todos, do tamanho do Amazonas.
Teófilo e Carlinha

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