[CAMPEONATO AMAZONENSE 2012] - Goleada humilhante num clássico que vem perdendo o charme

Teófilo Benarrós de Mesquita
Foto: João Paulo Oliveira
Do Site Oficial do Nacional
http://www.nacionalfc.com.br


Desde a implantação do profissionalismo no Amazonas, em 1964, os rivais Rio Negro e Nacional já se enfrentaram 138 vezes, levando em conta apenas jogos válidos por Campeonatos Estaduais - sem contar amistosos, Zonais do Norte/Nordeste, Copa Norte, Copa do Brasil e Brasileiros de todas as divisões.

É um confronto marcado pelo equilíbrio, com uma das menores média de gols marcados por jogo: 2,17, fruto de 299 gols marcados e de grande ocorrência de placares 1 a 0 (33 vezes), 1 a 1 (23 confrontos), 0 a 0 (em 22 oportunidades), 2 a 1 (17 repetições) e 2 a 0 (em 12 jogos).

Em 138 confrontos foram apenas 12 goleadas, 5 em favor do Rio Negro e 7 em favor do Nacional. A do último sábado (15/02), por 7 a 0, foi a mais elástica, desde a implantação do profissionalismo e com base nos jogos válidos por Estaduais. O Nacional tem, também, 7 vitórias pelo placar de 3 a 0.
Decisões equilibradas
Mas o Nacional não tem supremacia total sobre o adversário. Quando o assunto é Decisão, a vantagem ainda é rionegrina, ainda que pequena. Em finais diretas, aquelas em que os times se habilitam para decidir o campeonato após vencerem turnos ou fases, o Rio Negro sagrou-se campeão em 6 ocasiões: 1965, 1975, 1987, 1989, 1990 e 2001, sua última conquista. O Nacional tem quatro títulos sobre o rival: 1979, 1983, 1986 e 2003, a última vez em que os rivais decidiram um título.

Houve, entretanto, cinco ocasiões em que o Campeonato terminou em um Rio-Nal, embora existisse possibilidade de prolongamento da competição em razão de um resultado diferente. O Rio Negro só levou vantagem em uma decisão indireta. Foi em 1982, quando venceu por WO, em razão do não comparecimento do adversário ao Estádio da Colina. Com o resultado, o Rio Negro foi o campeão do segundo turno e como já havia conquistado o primeiro turno, abreviou o Campeonato.

Nas outras quatro decisões indiretas, sempre vantagem do Nacional. Em 1974, a última partida do segundo turno foi um Rio-Nal, com goleada nacionalina por 4 a 0, conquista dos dois turnos e dispensa da necessidade de uma decisão. Situação semelhante aconteceu em 1984, com o Nacional ganhando o segundo turno após empate em 1 a 1.

Em 1976, não houve a disputa de uma final e sim de um Triangular Decisivo, com jogos em ida e volta. O Rio Negro iniciou o Triangular com 3 pontos extras, o Nacional com dois e o Fast Clube com um, por terem sidos campeões (2 pontos) ou vices (1 ponto) dos triangulares de turnos. O Nacional conquistou o título, após vitória por 1 a 0 sobre o Galo.

Em 1996 a decisão foi em um Quadrangular Final, com jogos em ida e volta. Cliper e Nacional, vencedores de turnos, entraram com 2 pontos extras. O Nacional chegou à última rodada liderando o Quadrangular com 11 pontos, tendo o Rio Negro em 2º com 8 pontos. São Raimundo (6 pontos) e Cliper (5 pontos) só cumpriam tabela. Com a derrota por 1 a 0, o Rio Negro perdeu não só a chance de disputar o título nos critérios de desempate como também perdeu o vice-campeonato para o Cliper, que venceu ao São Raimundo por 4 a 2.

Mudança de rumo
Entretanto, ao longo dos últimos anos, a rivalidade tem perdido espaço, só resistindo graças à tradição das duas equipes, que em 2013 completarão 100 anos, o Nacional no dia 13 de janeiro e o Rio Negro no dia 13 de novembro. Parte da culpa dessa decadência se dá pelas últimas campanhas do Rio Negro, com dois rebaixamentos, situações vexatórias e goleadas sofridas.

Nos últimos dez clássicos o Nacional goleou em quatro (40%). Em 23 de maio de 2004, pela 9ª e última rodada do 2º turno, o Nacional goleou por 5 a 0. Logo no confronto seguinte, em 13 de fevereiro de 2005, pela 4ª rodada do 1º turno, o Nacional aplicou 7 a 3, com o Rio Negro recorrendo ao cai-cai para não sofrer placar mais dilatado. Na 1ª rodada do 2º turno de 2008, no dia 24 de março, a goleada nacionalina foi por 4 a 1. Nas quatro goleadas mais recentes, o Nacional marcou 23 gols e o Rio Negro apenas 4.

A última vitória do Rio Negro
Desde o ano 2000, o Clássico Rio-Nal, que um dia já foi chamado de Clássco Vovô, teve 24 edições, com 15 vitórias do Nacional (62,5% dos jogos disputados), 6 empates (25,00%) e 3 vitórias do Rio Negro (12.5%). O Nacional fez 52 gols (média de 2,17) e o Rio Negro marcou 19 gols (0,79).

A última vitória rionegrina deu-se em 22 de janeiro de 2006, em jogo válido pela 3ª rodada do 1º turno (Taça Amazonas), no Estádio Vivaldo Lima, conforme Ficha Técnica a seguir:

Nacional 1 a 2 Rio Negro
Domingo 22 de janeiro de 2006
3ª Rodada da Taça Amazonas (1º turno)
Estádio Vivaldo Lima, em Manaus
Árbitro: Celso Mota Rezende
Auxiliar 1: Gilbert Ferreira da Costa
Auxiliar 2: Ivo Fernando da Costa
Gols: Fábio Marcus 10 e Henrique 20 minutos do 1º tempo. Fábio Marcus 34 minutos do 2º tempo.
Cartões amarelos: Henrique 5, Alberto 18 e Totti 28 minutos do 1º tempo. Zé Marcos 8, Marinélson 19, Alberone 34, Kleitão 39 e Gilbert 47 minutos do 2º tempo.
Renda: R$ 13.180,00
Público Pagante: 2.549
Público Total: 3.097 (incluídas 330 crianças, 65 autoridades/credenciados, 32 portadores de necessidades especiais, 31 convidados do Nacional e 90 convidados do Rio Negro).

Nacional: Ângelo; Coquinho, Rondinelle, Totti e Rodrigo; Sérgio Duarte, Henrique, Torrinha (Uchoa no intervalo) e Marcos Cruz; Luiz Henrique (Da Costa 22/2º) e Júnior Negão (Juninho 22/2º). Técnico: Adalberto de Jesus.
Rio Negro: Rascifran; Rai Manaus, Carlinhos e Kleitão; Clemilton, Alberone, Zé Marcos, Jorginho (Jairo 41/2º) e Alberto (Gilbert 22/2º); Marinélson e Fábio Marcus. Técnico: Adinamar Abib.

Com cordiais
Saudações Fastianas!
Teófilo Benarrós de Mesquita

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