Teófilo Benarrós de Mesquita
Manaus/AM - O jornalista, escritor e pesquisador amazonense Carlos Zamith de Oliveira completa hoje (20/02) 87 anos de idade. Mais da metade de sua vida (59 anos) foi dedicada ao jornalismo esportivo. Zamith premiou os torcedores amazonenses com o lançamento de três livros: Baú Velho (1999), Histórico das 42 Decisões do Campeonato Profissional - 1964 a 2005 (2006), e Baú Velho - 2ª Edição (2007). É, também, profundo conhecedor de biografias de nomes históricos de nossa cidade e de nosso Estado, além de denominações de logradouros públicos.



Segundo texto de apresentação de seu site (www.bauvelho.com.br), "nasceu em Manaus em 20 de fevereiro de 1926". Profissionalmente, "começou na Rádio Rio Mar em 1954. Como repórter esportivo colaborava, ao mesmo tempo, com o jornal A Crítica assinando uma coluna chamada Retalhos Esportivos, abordando somente assuntos do futebol local. Em 1956 ajudou a fundar a Associação dos Cronistas e locutores Esportivos do Amazonas (ACLEA) e foi seu tesoureiro durante onze anos consecutivos".
"Em 1959, a convite do diretor Umberto Calderaro Filho, assumiu a direção das páginas esportivas de A Crítica, quando lançou uma coluna com o título Talvez Você Não Saiba…, relatando fatos antigos do nosso futebol. Paralelamente também dirigiu a página esportiva do O Jornal Do Comércio", acrescenta o texto.
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Finalizando o breve histórico de apresentação, "em 1960, por vontade própria, deixou o jornal A Crítica para ficar apenas no O Jornal Do Comércio, onde criou a coluna intitulada Baú Velho, também focalizando coisas antigas do futebol amazonense, ilustrada com fotos. Permaneceu no veterano matutino até 1980. Novamente à convite do diretor Umberto Calderaro Filho e de Flaviano Limongi, voltou ao Jornal A Crítica em 1981, com a coluna Baú Velho, publicada semanalmente aos domingos.
Após alguns anos longe dos jornais impressos (por vontade própria), Carlos Zamith criou o Site Baú Velho, acessado por pessoas de todas as partes do Brasil e do mundo. Muitas são as mensagens de gente de outros Estados ou amazonenses radicados fora de sua terra natal, em busca de informações precisas sobre o futebol e a sociedade amazonense, de ontem e de hoje.
Tenho o privilégio de conhecer Carlos Zamith pessoalmente, graças ao amigo comum Mauro Alessandro (foto abaixo, entre Teófilo e Zamith, no aniversário de 84 anos do Mestre). Mauro é um digno trabalhador da Prefeitura Municipal de Manaus, onde exerce com orgulho a atividade de gari.

O que nos uniu (nós três) foi o interesse pelo futebol local e o cuidado no trato com as informações, zelando sempre pela veracidade dos fatos. Ultimamente Mestre Zamith tem passado por fragilidades em sua saúde, mas as últimas notícias são de um recuperação franca.
Por mais de uma vez escutei do próprio Zamith como começou sua vida de pesquisador do futebol amazonense. Setorista da Rádio Difusora, nos idos de 50, compondo a equipe comandada pelo saudoso João Bosco Ramos de Lima, viu-se diante de uma pergunta de um ouvinte, até então indecifrável: quais tinham sido, até aquele momento, os campeões amazonenses de futebol???
Para não deixar o ouvinte sem resposta, empreendeu pesquisas nos jornais antigos, na Biblioteca Pública e no Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), a partir da qual montou seu primeiro acervo de informações históricas. No decorrer do processo, pensou porquê não fazer também o levantamento dos vice-campeões? Assim, a coletânea de informações ia se sedimentando e ficando enriquecida.
Com faro jornalístico e histórico, Zamith ampliou o leque de pesquisas e passou a catalogar toda e qualquer informação sobre o futebol amazonense, desde o seu primórdio, em 1914. Assim, tudo o que hoje se tem de memória sobre o futebol local deve-se EXCLUSIVAMENTE, ao trabalho de Zamith nos porões da Biblioteca Pública e do IGHA. Tudo que veio depois, foi COPIADO a partir dos levantamentos e anotações de Zamith.
Também tenho o privilégio de conhecer as "cadernetas" de anotações do Mestre, objetos que poucos tem acesso e conhecimento. São cadernos antigos, de tamanho reduzido, popularmente chamados de "cadernetas", comuns por exemplos, nos "fiados" e "contas" que se faziam antigamente em mercearias e tabernas. Nessas cadernetas, de forma clara e organizada, Zamith tem anotações de todos os Campeonatos Amazonenses desde 1956, ainda na fase amadora. Também tem cadernetas com os jogos de clubes amazonenses na Divisão Principal do Campeonato Amazonense, a partir de 1972.
Nessas relíquias, se encontram informações como escalações dos times, renda e público pagante, equipe de arbitragem, substituições, gols, expulsões e qualquer curiosidade e/ou anormalidade ocorrida na partida. Delas foram extraídas as informações que municiaram, durante anos a Coluna Baú Velho. Quando Zamith diz (ou escreve) que fulano ou beltrano atuou tantas partidas por determinado clube, marcando tantos gols, é fruto ou de suas pesquisas ou de suas anotações.
Nesta postagem reverencio aquele a quem chamo de Mestre e a quem credito toda a memória do futebol amazonense. Aquele que é referência local, nacional e mundial quando o assunto é futebol amazonense e sus história. Aquele que humildemente está sempre pronto a atender jornalistas e curiosos de todos as partes do Brasil, respondendo a perguntas históricas com vigor, vibração e um brilho no olhar, ajudando a esclarecer dúvidas e contribuindo para perpetuar a memória do nosso futebol.
Obrigado por tudo Zamith. Saiba que escutar suas histórias e seus relatos é, sempre, um prazer indescritível, além de um aprendizado incomensurável. Saúde e Vida Longa ao Mestre
Manaus/AM - O jornalista, escritor e pesquisador amazonense Carlos Zamith de Oliveira completa hoje (20/02) 87 anos de idade. Mais da metade de sua vida (59 anos) foi dedicada ao jornalismo esportivo. Zamith premiou os torcedores amazonenses com o lançamento de três livros: Baú Velho (1999), Histórico das 42 Decisões do Campeonato Profissional - 1964 a 2005 (2006), e Baú Velho - 2ª Edição (2007). É, também, profundo conhecedor de biografias de nomes históricos de nossa cidade e de nosso Estado, além de denominações de logradouros públicos.



Segundo texto de apresentação de seu site (www.bauvelho.com.br), "nasceu em Manaus em 20 de fevereiro de 1926". Profissionalmente, "começou na Rádio Rio Mar em 1954. Como repórter esportivo colaborava, ao mesmo tempo, com o jornal A Crítica assinando uma coluna chamada Retalhos Esportivos, abordando somente assuntos do futebol local. Em 1956 ajudou a fundar a Associação dos Cronistas e locutores Esportivos do Amazonas (ACLEA) e foi seu tesoureiro durante onze anos consecutivos".
"Em 1959, a convite do diretor Umberto Calderaro Filho, assumiu a direção das páginas esportivas de A Crítica, quando lançou uma coluna com o título Talvez Você Não Saiba…, relatando fatos antigos do nosso futebol. Paralelamente também dirigiu a página esportiva do O Jornal Do Comércio", acrescenta o texto.
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Finalizando o breve histórico de apresentação, "em 1960, por vontade própria, deixou o jornal A Crítica para ficar apenas no O Jornal Do Comércio, onde criou a coluna intitulada Baú Velho, também focalizando coisas antigas do futebol amazonense, ilustrada com fotos. Permaneceu no veterano matutino até 1980. Novamente à convite do diretor Umberto Calderaro Filho e de Flaviano Limongi, voltou ao Jornal A Crítica em 1981, com a coluna Baú Velho, publicada semanalmente aos domingos.
Após alguns anos longe dos jornais impressos (por vontade própria), Carlos Zamith criou o Site Baú Velho, acessado por pessoas de todas as partes do Brasil e do mundo. Muitas são as mensagens de gente de outros Estados ou amazonenses radicados fora de sua terra natal, em busca de informações precisas sobre o futebol e a sociedade amazonense, de ontem e de hoje.
Tenho o privilégio de conhecer Carlos Zamith pessoalmente, graças ao amigo comum Mauro Alessandro (foto abaixo, entre Teófilo e Zamith, no aniversário de 84 anos do Mestre). Mauro é um digno trabalhador da Prefeitura Municipal de Manaus, onde exerce com orgulho a atividade de gari.

O que nos uniu (nós três) foi o interesse pelo futebol local e o cuidado no trato com as informações, zelando sempre pela veracidade dos fatos. Ultimamente Mestre Zamith tem passado por fragilidades em sua saúde, mas as últimas notícias são de um recuperação franca.
Por mais de uma vez escutei do próprio Zamith como começou sua vida de pesquisador do futebol amazonense. Setorista da Rádio Difusora, nos idos de 50, compondo a equipe comandada pelo saudoso João Bosco Ramos de Lima, viu-se diante de uma pergunta de um ouvinte, até então indecifrável: quais tinham sido, até aquele momento, os campeões amazonenses de futebol???
Para não deixar o ouvinte sem resposta, empreendeu pesquisas nos jornais antigos, na Biblioteca Pública e no Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), a partir da qual montou seu primeiro acervo de informações históricas. No decorrer do processo, pensou porquê não fazer também o levantamento dos vice-campeões? Assim, a coletânea de informações ia se sedimentando e ficando enriquecida.
Com faro jornalístico e histórico, Zamith ampliou o leque de pesquisas e passou a catalogar toda e qualquer informação sobre o futebol amazonense, desde o seu primórdio, em 1914. Assim, tudo o que hoje se tem de memória sobre o futebol local deve-se EXCLUSIVAMENTE, ao trabalho de Zamith nos porões da Biblioteca Pública e do IGHA. Tudo que veio depois, foi COPIADO a partir dos levantamentos e anotações de Zamith.
Também tenho o privilégio de conhecer as "cadernetas" de anotações do Mestre, objetos que poucos tem acesso e conhecimento. São cadernos antigos, de tamanho reduzido, popularmente chamados de "cadernetas", comuns por exemplos, nos "fiados" e "contas" que se faziam antigamente em mercearias e tabernas. Nessas cadernetas, de forma clara e organizada, Zamith tem anotações de todos os Campeonatos Amazonenses desde 1956, ainda na fase amadora. Também tem cadernetas com os jogos de clubes amazonenses na Divisão Principal do Campeonato Amazonense, a partir de 1972.
Nessas relíquias, se encontram informações como escalações dos times, renda e público pagante, equipe de arbitragem, substituições, gols, expulsões e qualquer curiosidade e/ou anormalidade ocorrida na partida. Delas foram extraídas as informações que municiaram, durante anos a Coluna Baú Velho. Quando Zamith diz (ou escreve) que fulano ou beltrano atuou tantas partidas por determinado clube, marcando tantos gols, é fruto ou de suas pesquisas ou de suas anotações.
Nesta postagem reverencio aquele a quem chamo de Mestre e a quem credito toda a memória do futebol amazonense. Aquele que é referência local, nacional e mundial quando o assunto é futebol amazonense e sus história. Aquele que humildemente está sempre pronto a atender jornalistas e curiosos de todos as partes do Brasil, respondendo a perguntas históricas com vigor, vibração e um brilho no olhar, ajudando a esclarecer dúvidas e contribuindo para perpetuar a memória do nosso futebol.
Obrigado por tudo Zamith. Saiba que escutar suas histórias e seus relatos é, sempre, um prazer indescritível, além de um aprendizado incomensurável. Saúde e Vida Longa ao Mestre
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