Teófilo Benarrós de Mesquita
Foto: Extraída do Site Baú Velho, do Mestre Carlos Zamith
http://www.bauvelho.com.br/

Manaus/AM - Prestes a completar 75 anos de vida (17/07/1938) e com mais de meio século de profissionalismo, o narrador esportivo Arnaldo Santos nos brindou, na tarde deste sábado (01/06), com uma atuação memorável...
Escalado pela Rádio Difusora para cobrir a estreia do Nacional no Campeonato Brasileiro da Série D, em Boa Vista/RR, viu-se diante de uma situação talvez inusitada em sua extensa carreira. Reclamava, no início da transmissão, do improviso de sua "cabine", uma mesa à beira do campo, e atrás do repórter cinematográfico de uma emissora co-irmã.
De repente (e num lampejo genial), fez do limão, uma saborosa limonada para a calorosa tarde manaura, para os que em Manaus escutavam sua transmissão... Com sua experiência, viu em cada oportunidade surgida, uma chance de fazer, ainda que involuntariamente, um show de transmissão.
Poderia, do alto de seus quase 75 anos e com tantas experiências já vividas, ter se limitado a ficar no seu lugarzinho, no espaço reservado a ele, quase um "gueto" na imaginação deste ouvinte que lhe deu audiência na tarde de hoje.
Não. O consagrado cronista esportivo pegou seu microfone (ficou a impressão que era um celular, na verdade) e logo no início do jogo entrevistou, dentro de campo, o capitão nacionalino Roberto Dinamite, que atendeu seus gritos: "capitão, capitão", característicos dos repórteres de pistas inciantes...
Senti, no timbre de sua voz que ecoava "capitão, capitão", o vigor e a paixão de um iniciante, descobrindo as maravilhas de trabalhar numa transmissão futebolística. Na minha mente, veio a famosa frase Carpem Diem, do glorioso filme A Sociedade dos Poetas Mortos, de 1989.
O que se sucedeu, foram momentos intensos, de vibração, de paixão profissional, de cumprir a missão; não importasse como. Como o jogo demorava para começar, lá se foi Arnaldo, de novo, microfone/celular em punho, perguntar do quarto árbitro, o motivo da demora.
"E eu posso entrar em campo para entrevistar os jogadores enquanto a ambulância não chega?", tascou o senhor de cabelos grisalhos (os que ainda existem), rugas no rosto que não disfarçam os longos caminhos já percorridos pelo profissional, que buscava a melhor informação, a todo custo... Fico imaginando a expressão no rosto do homem de preto, diante do insólito pedido!
No intervalo eu imaginei. Pronto, agora chega o J. Nunes e salva o nosso Arnaldo. Mas quem disse que Arnaldo Santos, se "lembrou" de passar a bola. Fominha, entrevistou jogadores, o vice-presidente do Nacional, Manoel Carmo do Chaves Neto, o jornalista Carlos Eduardo de Souza... Quem aparecesse na frente, virava "entrevistado". Tudo no mais alto padrão, no Padrão Difusora de Qualidade. Nada de abobrinha ou linguiça!!!
No segundo tempo, seguiu Arnaldo, narrando e reportando. Fim de jogo e eu pensei. Valeu Guerreiro!!! Qual nada. A rotina do intervalo se repetiu e agora até o médico Rafael Benoliel entrou na ciranda.
Ao contrário de um Arnaldo Santos cansado ou chateado pela situação, senti um Arnaldo Santos vibrante, apaixonado, extasiado, entregue ao ofício. Se deixassem, ele ia até meia-noite, já que aos sábados não tem transmissão da Voz do Brasil (graças ao bom Deus!).
E o autor da proeza é um profissional que já narrou final de Mundial Interclubes para Manaus, direto do Maracanã/RJ, em 1963, portanto há exatos 50 anos. Sim, CINQUENTA anos.
Éder Jofre disputando título mundial no Boxe? Lá estava Arnaldo Santos, transmitindo para Manaus...
A grande Seleção Brasileira Bi Campeão Mundial de Basquete, de Vlamir, Algodão, Rosa Branca e Ubiratan, treinada pelo lendário Kanela estava em quadra? Manaus acompanhou a transmissão, na voz de Arnaldo Santos.
Emerson Fittipaldi, o primeiro brasileiro Campeão da Fórmula Um, correndo no GP da Buenos Aires, na Argentina, em 1973. Adivinha quem estava lá, trabalhando. Acertou quem arriscou "Arnaldo Santos".
Hoje me emocionei com o Arnaldo Santos, que antes de eu conhecer pessoalmente, em razão de sua amizade com meu falecido pai Teófilo Narciso de Mesquita Neto, já o conhecia pela telinha da TV, apresentando o A.S. nos Esportes na extinta TV Ajuricaba, sempre às 18 horas, quadro negro (na verdade verde, cor de papel madeira) e giz branco nas mãos, analisando sempre o futebol amazonense, principalmente as chances de nossos times (Nacional, Fast Clube e Rio Negro) nos Campeonatos Brasileiros dos Anos 70.
Parabéns Mito Arnaldo Santos, pela aula de amor à profissão e ao profissionalismo que você narrou/reportou/comentou na tarde deste sábado, 01 de junho de 2013 !!!
Com cordiais
Saudações Fastianas!
Teófilo Benarrós de Mesquita
Foto: Extraída do Site Baú Velho, do Mestre Carlos Zamith
http://www.bauvelho.com.br/

Manaus/AM - Prestes a completar 75 anos de vida (17/07/1938) e com mais de meio século de profissionalismo, o narrador esportivo Arnaldo Santos nos brindou, na tarde deste sábado (01/06), com uma atuação memorável...
Escalado pela Rádio Difusora para cobrir a estreia do Nacional no Campeonato Brasileiro da Série D, em Boa Vista/RR, viu-se diante de uma situação talvez inusitada em sua extensa carreira. Reclamava, no início da transmissão, do improviso de sua "cabine", uma mesa à beira do campo, e atrás do repórter cinematográfico de uma emissora co-irmã.
De repente (e num lampejo genial), fez do limão, uma saborosa limonada para a calorosa tarde manaura, para os que em Manaus escutavam sua transmissão... Com sua experiência, viu em cada oportunidade surgida, uma chance de fazer, ainda que involuntariamente, um show de transmissão.
Poderia, do alto de seus quase 75 anos e com tantas experiências já vividas, ter se limitado a ficar no seu lugarzinho, no espaço reservado a ele, quase um "gueto" na imaginação deste ouvinte que lhe deu audiência na tarde de hoje.
Não. O consagrado cronista esportivo pegou seu microfone (ficou a impressão que era um celular, na verdade) e logo no início do jogo entrevistou, dentro de campo, o capitão nacionalino Roberto Dinamite, que atendeu seus gritos: "capitão, capitão", característicos dos repórteres de pistas inciantes...
Senti, no timbre de sua voz que ecoava "capitão, capitão", o vigor e a paixão de um iniciante, descobrindo as maravilhas de trabalhar numa transmissão futebolística. Na minha mente, veio a famosa frase Carpem Diem, do glorioso filme A Sociedade dos Poetas Mortos, de 1989.
O que se sucedeu, foram momentos intensos, de vibração, de paixão profissional, de cumprir a missão; não importasse como. Como o jogo demorava para começar, lá se foi Arnaldo, de novo, microfone/celular em punho, perguntar do quarto árbitro, o motivo da demora.
"E eu posso entrar em campo para entrevistar os jogadores enquanto a ambulância não chega?", tascou o senhor de cabelos grisalhos (os que ainda existem), rugas no rosto que não disfarçam os longos caminhos já percorridos pelo profissional, que buscava a melhor informação, a todo custo... Fico imaginando a expressão no rosto do homem de preto, diante do insólito pedido!
No intervalo eu imaginei. Pronto, agora chega o J. Nunes e salva o nosso Arnaldo. Mas quem disse que Arnaldo Santos, se "lembrou" de passar a bola. Fominha, entrevistou jogadores, o vice-presidente do Nacional, Manoel Carmo do Chaves Neto, o jornalista Carlos Eduardo de Souza... Quem aparecesse na frente, virava "entrevistado". Tudo no mais alto padrão, no Padrão Difusora de Qualidade. Nada de abobrinha ou linguiça!!!
No segundo tempo, seguiu Arnaldo, narrando e reportando. Fim de jogo e eu pensei. Valeu Guerreiro!!! Qual nada. A rotina do intervalo se repetiu e agora até o médico Rafael Benoliel entrou na ciranda.
Ao contrário de um Arnaldo Santos cansado ou chateado pela situação, senti um Arnaldo Santos vibrante, apaixonado, extasiado, entregue ao ofício. Se deixassem, ele ia até meia-noite, já que aos sábados não tem transmissão da Voz do Brasil (graças ao bom Deus!).
E o autor da proeza é um profissional que já narrou final de Mundial Interclubes para Manaus, direto do Maracanã/RJ, em 1963, portanto há exatos 50 anos. Sim, CINQUENTA anos.
Éder Jofre disputando título mundial no Boxe? Lá estava Arnaldo Santos, transmitindo para Manaus...
A grande Seleção Brasileira Bi Campeão Mundial de Basquete, de Vlamir, Algodão, Rosa Branca e Ubiratan, treinada pelo lendário Kanela estava em quadra? Manaus acompanhou a transmissão, na voz de Arnaldo Santos.
Emerson Fittipaldi, o primeiro brasileiro Campeão da Fórmula Um, correndo no GP da Buenos Aires, na Argentina, em 1973. Adivinha quem estava lá, trabalhando. Acertou quem arriscou "Arnaldo Santos".
Hoje me emocionei com o Arnaldo Santos, que antes de eu conhecer pessoalmente, em razão de sua amizade com meu falecido pai Teófilo Narciso de Mesquita Neto, já o conhecia pela telinha da TV, apresentando o A.S. nos Esportes na extinta TV Ajuricaba, sempre às 18 horas, quadro negro (na verdade verde, cor de papel madeira) e giz branco nas mãos, analisando sempre o futebol amazonense, principalmente as chances de nossos times (Nacional, Fast Clube e Rio Negro) nos Campeonatos Brasileiros dos Anos 70.
Parabéns Mito Arnaldo Santos, pela aula de amor à profissão e ao profissionalismo que você narrou/reportou/comentou na tarde deste sábado, 01 de junho de 2013 !!!
Com cordiais
Saudações Fastianas!
Teófilo Benarrós de Mesquita
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