Teófilo Benarrós de Mesquita
Manaus/AM - Em época de prisão de políticos graúdos, parece que todas as outras notícias bombásticas ficam em segundo plano. Ainda mais quando os "bandidos" pertencem ao Partido que Governa o País, algo inacreditável em tempos passados. Pois foi exatamente isso que aconteceu, para sorte do Presidente da Federação Amazonense de Futebol, Francisco Valério Dissica Thomaz, que também é político, ex-Prefeito de Eirunepé/AM. Dissica deve estar muito agradecido a Delúbio Soares, José Genoíno e José Dirceu...
Nenhum repercurssão foi sentida em Manaus/AM e no Estado inteiro sobre a matéria publicada nas páginas 70 e 71 da Edição número 2348 da Revista Veja, assinada por Pieter Zalis, sobre o Mensalinho de Marin, revelando os bastidores da corrida sucessória para eleger o novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em abril de 2014. Parte da "sorte" de Dissica sobre o silêncio é que a capa de Veja (e de todas as outras revistas semanais do Brasil) tratou da prisão dos Mensaleiros do PT, deixando os Mensaleiros da CBF no banco de reservas.
Em resumo, a matéria revela que depois de 23 anos à frente da CBF, Ricardo Teixeira deixou o posto mas as suas práticas foram herdadas pelo seu sucessor. Com 81 anos e problemas de saúde, José Maria Marin não deve disputar a reeleição, mas vai apoiar Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol.
A matéria relata ainda que são apenas 47 eleitores para escolher o mandatário da entidade, que administra a maior paixão do povo brasileiro (o futebol), arrecada R$ 300 milhões por ano, organiza competições que geram receitas de R$ 2,3 bilhões e não está sujeita a qualquer controle externo, portanto dispensada de prestar satisfação a qualquer um. Dos 47 eleitores, 20 representam os clubes da Primeira Divisão e 27 as Federações de Futebol.
Aí é que vem a mamata, nem tão desconhecida por quem acompanha futebol, seja no radinho de pilha, na "poltrona do papai" em frente aos pacotes pagos de televisão, ou nas arquibancadas de estádios, sejam nas confortáveis e coloridas cadeiras dos modernos estádios construídos para a Copa da Fifa ou nos duros e acimentados blocos de concreto de milhares de acanhados estadiozinhos Brasil afora.
Zalis escreve que "na gestão de Ricardo Teixeira, havia um repasse mensal às entidades (no caso as Federações Estaduais) que foi de R$ 8 mil a R$ 30 mil. Com Marin, a verba subiu para R$ 50 mil. Em outubro, dobrou. Sem nenhuma razão, além da eleitoral, cada federação recebe nos últimos três meses do ano R$ 100 mil. O dinheiro e chamado de Mensalinho da CBF".
A matéria também lembra das viagens internacionais que os dirigentes de Federação ganham, ressaltando que todos (os 27 dirigentes) foram convidados pela CBF para a Olimpíada de Londres e que todos (os 27 dirigentes) assistirão ao Sorteio dos Grupos da Copa do Mundo, no próximo dia 9 de dezembro, em Costa do Sauípe/BA, com todas as despesas pagas, é logico e, a grande novidade, com direito a um acompanhante...
Nada que o torcedor ainda não soubesse...
Soou como novidade as condições de elegibilidade para concorrer ao cargo de Presidente da CBF: ter apoio escrito de 8 representantes de Federação e de 5 clubes, dentre aqueles 47 personagens que compõem o Colégio Eleitoral. E por falar em personagem, eis que surge o Dissica, apontado como um (mau) exemplo de justificativa do porquê as coisas funcionam assim, desta maneira tão segura (exigência com característica de redoma) mas ao mesmo tempo tão vulnerável.
Diz o texto que a instituição do Mensalinho da CBF tem por objetivo garantir que Marco Polo seja candidato único, o que evitaria traições em uma eleição secreta. (Tive vontade de escrever algumas considerações acerca dessa ideia, mas cheguei à conclusão que o texto é auto-explicativo...).
Continuando o texto acima, vem o grand finale. "O currículo de alguns cartolas ajuda a explicar porque o futebol continua nas mãos de Teixeiras e Marins. O presidente da Federação Amazonense, Dissica Tomaz, acumula multas de R$ 1,5 milhão por irregularidades em sua gestão como prefeito de Eirunepé, de 2005 a 2008. O presidente da Federação do Amapá, Roberto Goés, foi preso por desvio de verba quando era prefeito de Macapá. O do Tocantins, Leomar Quintanilha, é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal por desvio de R$ 25 milhões, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e superfaturamento de obras. Todos recebem o mensalinho, mas também são cortejados pela oposiçao [...]". (Esse finalzinho aí, novamente auto-explicativo!).
Que vergonha para o nosso perseguido futebol amazonense, ter como dirigente máximo em nossa Federação uma pessoa que é tratada nacionalmente como explicação e/ou justificativa plausível para os desmandos cartolenses. Que feio para nossos dirigentes de clubes profissionais e de ligas do interior, os responsáveis por manter a figura no posto que ocupa...
Com cordiais
Saudações Fastianas!
Teófilo Benarrós de Mesquita
Manaus/AM - Em época de prisão de políticos graúdos, parece que todas as outras notícias bombásticas ficam em segundo plano. Ainda mais quando os "bandidos" pertencem ao Partido que Governa o País, algo inacreditável em tempos passados. Pois foi exatamente isso que aconteceu, para sorte do Presidente da Federação Amazonense de Futebol, Francisco Valério Dissica Thomaz, que também é político, ex-Prefeito de Eirunepé/AM. Dissica deve estar muito agradecido a Delúbio Soares, José Genoíno e José Dirceu...
Nenhum repercurssão foi sentida em Manaus/AM e no Estado inteiro sobre a matéria publicada nas páginas 70 e 71 da Edição número 2348 da Revista Veja, assinada por Pieter Zalis, sobre o Mensalinho de Marin, revelando os bastidores da corrida sucessória para eleger o novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em abril de 2014. Parte da "sorte" de Dissica sobre o silêncio é que a capa de Veja (e de todas as outras revistas semanais do Brasil) tratou da prisão dos Mensaleiros do PT, deixando os Mensaleiros da CBF no banco de reservas.
Em resumo, a matéria revela que depois de 23 anos à frente da CBF, Ricardo Teixeira deixou o posto mas as suas práticas foram herdadas pelo seu sucessor. Com 81 anos e problemas de saúde, José Maria Marin não deve disputar a reeleição, mas vai apoiar Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol.
A matéria relata ainda que são apenas 47 eleitores para escolher o mandatário da entidade, que administra a maior paixão do povo brasileiro (o futebol), arrecada R$ 300 milhões por ano, organiza competições que geram receitas de R$ 2,3 bilhões e não está sujeita a qualquer controle externo, portanto dispensada de prestar satisfação a qualquer um. Dos 47 eleitores, 20 representam os clubes da Primeira Divisão e 27 as Federações de Futebol.
Aí é que vem a mamata, nem tão desconhecida por quem acompanha futebol, seja no radinho de pilha, na "poltrona do papai" em frente aos pacotes pagos de televisão, ou nas arquibancadas de estádios, sejam nas confortáveis e coloridas cadeiras dos modernos estádios construídos para a Copa da Fifa ou nos duros e acimentados blocos de concreto de milhares de acanhados estadiozinhos Brasil afora.
Zalis escreve que "na gestão de Ricardo Teixeira, havia um repasse mensal às entidades (no caso as Federações Estaduais) que foi de R$ 8 mil a R$ 30 mil. Com Marin, a verba subiu para R$ 50 mil. Em outubro, dobrou. Sem nenhuma razão, além da eleitoral, cada federação recebe nos últimos três meses do ano R$ 100 mil. O dinheiro e chamado de Mensalinho da CBF".
A matéria também lembra das viagens internacionais que os dirigentes de Federação ganham, ressaltando que todos (os 27 dirigentes) foram convidados pela CBF para a Olimpíada de Londres e que todos (os 27 dirigentes) assistirão ao Sorteio dos Grupos da Copa do Mundo, no próximo dia 9 de dezembro, em Costa do Sauípe/BA, com todas as despesas pagas, é logico e, a grande novidade, com direito a um acompanhante...
Nada que o torcedor ainda não soubesse...
Soou como novidade as condições de elegibilidade para concorrer ao cargo de Presidente da CBF: ter apoio escrito de 8 representantes de Federação e de 5 clubes, dentre aqueles 47 personagens que compõem o Colégio Eleitoral. E por falar em personagem, eis que surge o Dissica, apontado como um (mau) exemplo de justificativa do porquê as coisas funcionam assim, desta maneira tão segura (exigência com característica de redoma) mas ao mesmo tempo tão vulnerável.
Diz o texto que a instituição do Mensalinho da CBF tem por objetivo garantir que Marco Polo seja candidato único, o que evitaria traições em uma eleição secreta. (Tive vontade de escrever algumas considerações acerca dessa ideia, mas cheguei à conclusão que o texto é auto-explicativo...).
Continuando o texto acima, vem o grand finale. "O currículo de alguns cartolas ajuda a explicar porque o futebol continua nas mãos de Teixeiras e Marins. O presidente da Federação Amazonense, Dissica Tomaz, acumula multas de R$ 1,5 milhão por irregularidades em sua gestão como prefeito de Eirunepé, de 2005 a 2008. O presidente da Federação do Amapá, Roberto Goés, foi preso por desvio de verba quando era prefeito de Macapá. O do Tocantins, Leomar Quintanilha, é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal por desvio de R$ 25 milhões, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e superfaturamento de obras. Todos recebem o mensalinho, mas também são cortejados pela oposiçao [...]". (Esse finalzinho aí, novamente auto-explicativo!).
Que vergonha para o nosso perseguido futebol amazonense, ter como dirigente máximo em nossa Federação uma pessoa que é tratada nacionalmente como explicação e/ou justificativa plausível para os desmandos cartolenses. Que feio para nossos dirigentes de clubes profissionais e de ligas do interior, os responsáveis por manter a figura no posto que ocupa...
Com cordiais
Saudações Fastianas!
Teófilo Benarrós de Mesquita
Comentários
Postar um comentário