[BOM DIA MUSICAL] - Como Nossos Pais, com Elis Regina

Teófilo Benarrós de Mesquita
Manaus/AM - Quantas Elis(s) Regina(s) você conhece?? Ela revolucionou a Música Popular Brasileira e fez Mães inspiradas batizarem suas filhas, há décadas, com esse nome - forte, múltiplo, encorajador; do jeitinho que foi a Pimentinha, assim apelidada em razão de seu forte temperamento, tão forte quanto à sua competência e talento. Nos deixou no auge de sua carreira, vitimada por uma overdose, em 19 de janeiro de 1982, aos 36 anos.

Generosa, sua carreira foi marcada, também, por abrir as portas para novos e até então desconhecidos compositores, com Milton Nascimento, Ivan Lins, Belchior, Renato Teixeira, Aldir Blanc e João Bosco.

Vanguardista, foi a primeira pessoa a inscrever a própria voz como se fosse um instrumento, na Ordem dos Músicos do Brasil.

Gaúcha de Porto Alegre/RS, se viva fosse, Elis Regina Carvalho Costa completaria nesta sexta-feira (17/03), 72 anos de idade.

O Blog do Teófilo apresenta Como Nossos Pais, em Homenagem a Melhor Voz Feminina da Música Brasileira, prêmio conquistado em 2013, concedido pela Revista Rolling Stone.

Escute a música em https://www.youtube.com/watch?v=2qqN4cEpPCw

Viver é melhor que sonhar... Eu sei que o amor é uma coisa boa, mas também sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa

Não quero lhe falar
Meu grande amor
Das coisas que aprendi
Nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo

Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa

Por isso cuidado, meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado pra nós
Que somos jovens

Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço
O seu lábio e a sua voz

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro de nova estação
Eu sinto tudo na ferida viva
Do meu coração

Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais

Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém

Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando

Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem

Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando o vil metal

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais


Com cordiais
Saudações Fastianas!
Teófilo Benarrós de Mesquita

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