Novo ataque no Paraná deixa mais quatro indígenas feridos

Fabíola Sinimbú
Agência Brasil
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Foto: Apib - Divulgação
Rio de Janeiro/RJ - O povo avá-guarani da TI (Terra Indígena) Tekoha Guasu Guavirá, localizada entre Guaíra e Terra Roxa, no Oeste do Paraná, voltou a sofrer ataques durante a noite dessa sexta-feira (03/01).

Quatro indígenas ficaram feridos e precisaram ser encaminhados ao hospital Bom Jesus de Toledo, a cerca de 100 quilômetros de distância do local.

A Polícia Federal confirmou a ocorrência de crime por meio de nota e afirmou que forças de segurança pública federais, estaduais e municipais estiveram no local para evitar a ocorrência de novos episódios de violência.

“Por volta das 21 horas, foram realizados disparos em direção à comunidade indígena instalada próximo ao bairro Eletrosul”, informou.

De acordo com o comunicado, as investigações para apurar autoria e responsabilidade criminal dos envolvidos tiveram início ainda na sexta-feira (03/01) e, na manhã deste sábado (04/0Q), peritos criminais federais colheram provas no local.

Durante os ataques a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) publicou um pedido de ajuda urgente em que solicitava às autoridades medidas cabíveis e punição dos criminosos.

A nota também relatava as mensagens enviadas pelas lideranças avá-guarani à organização: “estamos cercados nesse momento” “está havendo tiros por todos os lados”, descreveu.

O MPI (Ministério dos Povos Indígenas) condenou os atos de violência que têm ocorrido de forma reiterada na região, desde o fim de dezembro de 2024.

“O MPI acompanha a situação junto aos indígenas por meio do seu Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas e está em diálogo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para a investigação imediata dos grupos armados que atuam na região”, informou.

Segundo denúncias do Cimim (Conselho Indigenista Missionário), desde o dia 29 de dezembro de 2024, o local tem sido alvo de ações violentas que resultaram em um indígena baleado no braço, no dia 31 de dezembro, e outra indígena queimada no pescoço, no dia 30 de dezembro.

De acordo com o MPI foi solicitado o aumento de efetivo da Força Nacional na região dos conflitos, com base na portaria 812/2024 que já havia autorizado a presença dos agentes na região.

Segundo a Apib, os ataques demonstram que o efetivo presente não é suficiente. “Mesmo com a presença da Força Nacional da Região os ataques continuam!”, reforça o pedido de ajuda.

A reportagem da Agência Brasil solicitou o posicionamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre o reforço da Força Nacional no local e aguarda retorno.

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