Caso de gripe aviária no Brasil marca nova etapa do vírus

Paula Laboissière
Foto: Agência Brasil - Arquivo
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Brasília/DF - A FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) informou acompanhar com atenção a confirmação, por parte do Ministério da Agricultura e Pecuária, do primeiro foco de IAAP (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em um matrizeiro de aves comerciais no município de Montenegro/RS.

“O caso marca uma nova etapa na presença do vírus que, até então, se limitava a aves silvestres e de criação caseira”, avaliou a entidade em nota.

De acordo com o comunicado, desde 2022, mais de 4,7 mil surtos de Gripe Aviária Altamente Patogênica foram notificados na região da América Latina e do Caribe, afetando desde aves de criação e aves migratórias a mamíferos marinhos e até mesmo animais de estimação.

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“A propagação do vírus segue as rotas naturais das aves migratórias, conectando ecossistemas do Canadá até a Terra do Fogo”.

Para a FAO, além de representar uma ameaça à saúde animal, o vírus gera preocupação crescente em razão do potencial de transmissão de aves vivas para seres humanos e também pelos impactos em sistemas alimentares, na biodiversidade e na saúde pública da região.

RISCO BAIXO
Na nota, a entidade reforça que o consumo de frango e ovos continua sendo seguro, sobretudo quando bem cozidos, e que o risco de infecção humana permanece baixo.

Avanços recentes da gripe aviária, segundo a FAO, reforçam a urgência de fortalecer sistemas nacionais de vigilância, biossegurança e resposta rápida, com atenção especial para pequenos e médios produtores, além de uma abordagem que considera de forma integrada interações entre animais, seres humanos e Meio-Ambiente.

Ainda de acordo com o comunicado, ao longo dos últimos meses, países como Argentina, Colômbia, México, Panamá, Peru e Porto Rico também anunciaram casos de IAAP.

“É fundamental um trabalho coordenado entre todos os países da região para conter a propagação do surto ao longo do continente. Somente por meio de uma ação conjunta e contínua será possível proteger a saúde animal, salvaguardar a saúde pública e fortalecer a resiliência dos sistemas agroalimentares”.

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