Ato no Rio de Janeiro com Caetano Veloso, Chico Buarque, Djavan e Gilberto Gil repudia PEC da Blindagem

Ana Cristina Campos
Fotos: Tânia Rêgo
Agência Brasil de Comunicação
www.agenciabrasil.ebc.gov.br
Rio de Janeiro/RJ - Milhares de pessoas ocuparam neste domingo (21/09) a Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro/RJ, para protestar contra a PEC da Blindagem e a Anistia a condenados por Golpe de Estado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e aliados.

De acordo com os cálculos do Monitor do Debate Político no Meio Digital, vinculado à USP (Universidade de São Paulo), 41,8 mil pessoas estiveram no ato em Copacabana.

A proposta de emenda à Constituição repudiada pelos manifestantes foi aprovada pela Câmara dos Deputados na última terça-feira (16/09).

Na prática, a medida dificulta a abertura de processos criminais contra parlamentares, ao impor que as casas legislativas devem aprovar a abertura desses processos.

Aos gritos de "Sem Anistia" e "Viva a Democracia", os manifestantes se reuniram na altura do Posto Cinco da Orla de Copacabana, para escutar os discursos de lideranças políticas e assistir aos shows dos cantores Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Djavan, entre outros.

Caetano Veloso disse, durante o ato musical, que a Democracia no Brasil resiste. Segundo ele, a cultura nacional apresenta grande vitalidade.

"Não podemos deixar de responder aos horrores que vêm se insinuando à nossa volta".

Gilberto Gil lembrou que o Brasil já passou por momentos semelhantes em sua história. "Passamos por momentos parecidos sempre em busca da autonomia, o bem maior do nosso povo", afirmou.

A servidora pública federal aposentada Regina de Brito, de 68 anos (de azul, ao centro, na foto da postagem), foi uma das primeiras a chegar, para ficar bem perto dos cantores do ato musical.

Ela disse ser muito importante apoiar o movimento contra os que tentaram planejar um Golpe de Estado no país.

"Eu fui criada na Ditadura Militar. Sei como era isso. Esses caras acabaram de ser condenados, nem estão cumprindo pena e já querem Anistia? E esse Congresso vilão, da direita, em vez de votar pautas do povo, como a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, é um Congresso que não pensa no povo em nenhuma instância, só pensam no próprio umbigo".


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O estudante da rede pública estadual de Duque de Caxias/RJ, na Baixada Fluminense/RJ, Caio dos Santos, de 16 anos, contou estar no ato por achar muito importante a movimentação do povo brasileiro contra "o desserviço à população feito pelo Congresso Nacional".

"Acho que essa PEC da Bandidagem é um total desrespeito com a nossa cara. O povo brasileiro não pode assistir calado o que estão fazendo. Eu, como estudande da rede pública, tenho obrigação de ser contra pessoas como o Bolsonaro, que só torcem para o mal da Educação, da Saúde. Não adicionam nada de bom à nossa população, à nossa sociedade", criticou.

"Do que eu estudo da Ditadura, eu tento espalhar essa consciência entre meus amigos para o não retorno da extrema-direita e para a consciência na hora do voto", acrescentou Caio (foto abaixo).

Acompanhado da esposa, o policial penal aposentado Edson Enio Martins Tonnel, de 75 anos, também chegou cedo ao ato para protestar contra a Câmara dos Deputados.

"Se a gente não reagir, a Câmara vai se tornar um antro de bandidos. Eu acho que, essa PEC, o Senado deve barrar. Qualquer bandido vai se candidatar, vai ser deputado e piorar a situação. O crime vai para Brasília mais do que já está", disse Edson Tonnel.

Independente da nossa idade, cada um tem que colaborar para o bem do Brasil, da nossa família. Que o Bolsonaro apodreça na cadeia, quem fez o que fez em Brasília/DF tem que pagar", completou o policial penal aposentado (foto abaixo).

Com os amigos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em Seropédica, a estudante de arquitetura Letícia Rocha, de 20 anos, afirmou que a história não pode se repetir.


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"A gente não pode esquecer nunca do passado. Uma vitória que a gente teve foi a condenação do Bolsonaro".

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