Nova diretriz sobre obesidade e sobrepeso foca em risco cardiovascular

Paula Laboissière
Foto: Wilson Dias
Agência Brasil de Comunicação
www.agenciabrasil.ebc.gov.br
Brasília/DF - Uma nova diretriz brasileira determina que todos os pacientes adultos com sobrepeso ou obesidade devem ter sua condição cardiovascular avaliada e categorizada.

O documento foi elaborado pela Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) e ABS (Academia Brasileira do Sono).

A Diretriz Brasileira Baseada em Evidências de 2025 para o Manejo da Obesidade e Prevenção de Doenças Cardiovasculares e Complicações Associadas à Obesidade prevê também que pacientes adultos com idade entre 30 e 79 anos com sobrepeso ou obesidade, sem doença cardiovascular prévia, devem ter sua condição cardiovascular avaliada por meio do escore Prevent – ferramenta que calcula a probabilidade de infarto, AVC (Acidente Vascular Cerebral) e insuficiência cardíaca ao longo dos dez anos seguintes.

De acordo com o documento, profissionais de saúde devem categorizar o risco cardiovascular de pacientes com sobrepeso ou obesidade como risco baixo, moderado e alto, conforme descrito a seguir.

RISCO BAIXO
* Pessoas com sobrepeso ou obesidade, com IMC (Índice de Massa Corporal) menor que 40 e idade menor que 30 anos, que não apresentam nenhum fator de risco cardiovascular;
* Pessoas com sobrepeso ou obesidade com idade maior ou igual a 30 anos, com risco cardiovascular calculado pelo escore Prevent como menor que 5% em 10 anos.

RISCO MODERADO
* Pessoas com sobrepeso ou obesidade, com IMC menor que 40, que nunca tiveram eventos cardiovasculares, com um ou mais fatores de risco;
* pessoas com sobrepeso ou obesidade, com IMC menor que 40, em prevenção primária, com risco cardiovascular calculado pelo escore Prevent como entre 5% e menor que 20% em dez anos.

RISCO ALTO
* Pessoas com doença coronariana crônica confirmada, infarto agudo do miocárdio, AVC isquêmico ou acidente isquêmico transitório, doença arterial obstrutiva periférica, revascularização em qualquer território arterial;
* Pessoas em prevenção primária, com risco cardiovascular calculado pelo escore Prevent maior ou igual a 20% em dez anos;
* Pessoas com diabetes tipo 2 há mais de dez anos;
* Pessoas com doença renal crônica 3b;
* pessoas com escore de cálcio coronário maior que 100 sem diabetes ou maior que 10 com diabetes.


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Outra categoria definida pela diretriz trata de risco alto especificamente para insuficiência cardíaca, válido para:
* Pessoas com IMC maior que 40, mesmo assintomáticas;
* Pessoas com obesidade, diabetes e hipertensão associados;
* Pessoas com apneia obstrutiva do sono grave;
* Pessoas com fibrilação atrial;
* Pessoas com doença renal crônica grau 3b;
* Pessoas com risco de insuficiência cardíaca calculado pelo escore Prevent igual ou maior que 20% para os dez anos seguintes;
* Pessoas com doença aterosclerótica cardiovascular estabelecida;
* Pessoas com sintomas sugestivos de insuficiência cardíaca.

CANETAS EMAGRECEDORAS
A nova diretriz destaca ainda o papel de substâncias como a liraglutida e a semaglutida, princípios ativos de medicamentos agonistas GLP-1, popularmente conhecidos como canetas emagrecedoras, no combate ao sobrepeso e à obesidade.

O documento recomenda, por exemplo, o uso da liraglutida para pacientes adultos com sobrepeso ou obesidade e risco cardiovascular moderado ou alto com o objetivo de perda de peso e de redução de risco cardiovascular.

Outra recomendação inclui o tratamento com a semaglutida em pessoas com IMS maior ou igual a 27, sem diabetes e com doença cardiovascular estabelecida (prevenção secundária) com o objetivo de redução de risco de mortes relacionadas a doença cardiovascular, infarto agudo do miocárdio e AVC.

O documento também recomenda a perda de peso para pessoas com obesidade e apneia obstrutiva do sono moderada a grave, com o objetivo de melhora ou remissão da apneia; para pessoas com obesidade e insuficiência cardíaca estabelecida com o objetivo de melhorar a qualidade de vida, a função cardíaca e a capacidade para o exercício físico.


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