Preço da cesta básica diminui em 24 capitais, no mês de agosto, aponta Dieese

Bruno Bocchini
Foto: Valter Campanato
Agência Brasil de Comunicação
www.agenciabrasil.ebc.gov.br
São Paulo/SP - O preço do conjunto dos alimentos básicos caiu em agosto, na comparação com julho, em 24 capitais, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta sexta-feira (05/09) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Desde julho de 2025, a pesquisa engloba todas as 27 capitais do país. Anteriormente, o levantamento era feito apenas em 17.

As quedas mais importantes no preço da cesta básica ocorreram em Maceió/AL (-4,1%), Recife/PE (-4,0%), João Pessoa/PB (-4,0%), Natal/RN (-3,7%), Vitória/ES (-3,1%) e São Luís/MA (-3,6%).

As altas ocorreram em Macapá/AP (0,9%), Palmas/TO (0,6%) e Rio Branco/AC (0,02%).

São Paulo/SP foi a capital em que o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior preço (R$ 850,84), seguida por Florianópolis/SC (R$ 823,11), Porto Alegre/RS (R$ 811,14) e Rio de Janeiro/RJ (R$ 801,34).

Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, foram registrados os menores valores dos alimentos básicos: Aracaju/SE (R$ 558,16), Maceió/AL (R$ 596,23), Salvador/BA (R$ 616,23) e Natal/RN (R$ 622,00).

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A comparação dos valores da cesta, de agosto de 2024 com o mesmo mês de 2025, mostrou que nas 17 capitais onde a pesquisa era realizada nesse período, houve alta de preço em todas, com variações entre 3,3%, em Belém/PA, e 18%, no Recife/PE.

No acumulado do ano, ou seja, de janeiro a agosto de 2025, nas 17 capitais pesquisadas, 13 cidades tiveram alta e quatro apresentaram queda.

As maiores elevações ocorreram em Fortaleza/CE (7,32%), Recife/PE (6,93%) e Salvador/BA (5,54%). As capitais com variação negativa foram Goiânia/GO (-1,85%), Brasília/DF (-0,55%), Vitória/ES (-0,53%) e Campo Grande/PB (-0,20%).

Com base na cesta mais cara, registrada em São Paulo/SP (agosto), e levando em consideração a determinação constitucional de que o Salário Mínimo deveria ser suficiente para suprir as despesas de uma família, de quatro pessoas, com Alimentação, Moradia, Saúde, Educação, Vestuário, Higiene, Transporte, Lazer e Previdência, o Dieese estimou que o valor do Salário Mínimo necessário, no sétimo mês do ano, deveria ter sido de R$ 7.147,91 ou 4,71 vezes o mínimo atual de R$ 1.518,00.

Em agosto de 2024, o Salário Mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.606,13 ou 4,68 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.412,00.

O preço do tomate, em agosto, em comparação com julho, diminuiu em 25 das 27 capitais pesquisadas com variações entre -26,8%, em Brasília/DF, e -3,1%, em Belém/PA.

Os aumentos ocorreram em Macapá/AP (9,1%) e Palmas/TO (2,6%).

O preço médio do arroz agulhinha ficou menor também em 25 das 27 cidades, com destaque para Macapá/AP (-8,7%) e Florianópolis/SC (-5,7%.).

Houve aumento em duas capitais: Porto Alegre/RS (0,9%) e Rio Branco/AC (0,9%).

O preço do feijão tipo preto, pesquisado nas cidades do Sul, no Rio de Janeiro/RJ e em Vitória/ES, apresentou queda em todas as capitais, com destaque para Rio de Janeiro/RJ (-6,9%) e Vitória/ES (-3,6%).

O feijão carioca, cujo valor é coletado nas demais capitais, aumentou apenas em Campo Grande/MS (0,4%) e Teresina/PI (0,1%).

As quedas mais importantes foram registradas em São Luís/MA (-5,2%), Belo Horizonte/MG (-4,6%) e Porto Velho/RO (-4,19%).

O preço do café em pó caiu em 24 capitais. As variações mais expressivas ocorreram em Brasília/DF (-5,5%), João Pessoa/PB (-4,7%) e Belo Horizonte/MG (-4,7%).

As altas foram observadas em Teresina/PI (0,3%) e Fortaleza/CE (0,1%). Em Aracaju/SE, o preço não variou.

O valor da carne bovina de primeira diminuiu em 18 capitais, com percentuais entre -3,8%, em Vitória/ES, e -0,1%, em Florianópolis/SC.

Em São Luís/MA, o valor médio não variou. Aumentos foram registrados em oito capitais, como em Rio Branco/AC (2,2%) e Campo Grande/MS (2,1%).

“As exportações de carne cresceram em agosto, apesar do aumento das tarifas norte-americanas, e a oferta de abate foi menor, mas, mesmo assim, algumas cidades apresentaram queda no varejo”, destacou o Dieese.

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